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Cinefantasy – Retrospectiva Rodrigo Aragão, Parte 1

A décima edição do festival Cinefantasy teve seu início no dia 6 de setembro, e para abrir o festival houve a estréia, no cinema Drive-In do Belas Artes, do filme O Cemitério das Almas Perdidas do diretor Rodrigo Aragão, que também ficou disponível no dia 7 e 13 na plataforma “Petra Belas Artes À La Carte”. A nova edição não somente selecionou o novo filme do diretor como abertura, como também o escolheu como um dos homenageados do ano, tendo disponibilizado uma retrospectiva de sua filmografia no serviço de streaming do Belas Artes, plataforma na qual o festival está sendo realizado.

Rodrigo Aragão é um cineasta capixaba, que, segundo entrevistas cedidas na mini-série televisiva Trash! A Série, iniciou sua carreira pelo amor ao cinema fantástico que assistia quando garoto, querendo reproduzir tais obras e treinando efeitos especiais desde então, com as maquiagens da mãe e o que mais encontrava. Tal amor e comprometimento com o cinema fantástico é evidente em toda a sua filmografia, que teve seu início com curtas-metragem de baixo orçamento e foi reconhecida na estréia de seu primeiro longa-metragem, Mangue Negro, primeira parte do que seria uma trilogia de filmes.

Antes de falar sobre cada um dos filmes, que estará disponível na parte 2, que pude revisitar graças ao festival, acho importante apontar traços de sua direção que estão presentes em toda sua filmografia e que o tornam um diretor com um traço autoral e reconhecível por todos que assistem mais que um de seus filmes.

 

 

Sem exceção, todos os seus filmes contam com uma questão de brasilidade, isso se dá pela escolha da temática, dos monstros abordados, mesmo que alguns deles não façam parte do folclore brasileiro, a forma como eles são representados dão conta de “abrasileirar” criaturas como zumbis, que não são exclusividade do Brasil por exemplo. Há uma atenção muito grande nos detalhes, provavelmente devido à uma preocupação com a recepção do filme nesse sentido de nacionalizar a obra, pois a localização e cenário, a forma como os personagens são retratados, inclusive no seu modo de falar e maneirismos, não nos transportam para outro lugar que não seja o Brasil.

Um outro ponto presente é a interiorização das narrativas, que remetem muito o interior da região Sudeste brasileira, que para mim que sou do interior de São Paulo são muito reconhecíveis, me fazendo lembrar de Festa Junina em diversos momentos de seus filmes. Não é uma novidade trazer costumes brasileiros à um filme de horror, já que Mojica desde  À Meia Noite Levarei Sua Alma introduz tal estética, além da Boca do Lixo e o terrir de Ivan Cardoso que “abrasileirava” o horror internacional através da paródia. A influência destes dois diretores e de outros que já faziam filmes de terror antes de Aragão são claras em sua obra, entretanto, a regionalização de sua obra e a preocupação com esta identidade brasileira se recombina com estas influências gerando um resultado único com uma identidade própria, denotando a mão autoral que o diretor tem ao conduzir suas narrativas.

Rodrigo Aragão não representa o Brasil apenas na temática e narrativa mas também faz isso através da forma fílmica que evoca um resultado que faz uma breve homenagem ao cinema marginal, importante movimento cinematográfico no Brasil da década de 60, do qual Mojica fez parte e outros nomes importantes como Rogério Sganzerla (O Bandido da Luz Vermelha). Tais referências e inspirações expostas no filme são trazidas pelo tom de auto-ironia que o diretor imprime em suas narrativas, auto-ironia essa representada pelo humor que se dá não somente pela homenagem ao filme b de horror, mas também pela crítica política e social ácida que seus filmes trazem.

 

 

A violência expressa pelo gore e os baldes de sangue em cena misturado com as cenas de erotismo e diálogos dotados de gírias e palavrões, demonstram essa rebeldia e crítica do diretor com a política, e com os cânones de um cinema clássico, mesmo que os filmes sigam um padrão de montagem e ferramentas narrativas para conduzir o conteúdo. O caráter auto-irônico e marginal de seus filmes revelam uma consciência crítica e política de luta através da arte, que tornam seus roteiros relevantes para a época em que foram produzidos mas que também são muito atuais. Políticos depravados exploram o povo miserável e causam horrores tanto em 2008 quanto em 2020, o fanatismo religioso ainda é um problema no Brasil nesses doze anos da filmografia de Aragão, patentes militares ainda fazem mau uso de seu poder através da opressão, os problemas ambientais causam consequências catastróficas para as vidas animais e humanas mas ninguém poderoso parece ligar.

Revisitar alguns de seus filmes agora em 2020, durante uma pandemia, com o pantanal em chamas, vendo o fanatismo religioso crescer cada vez mais nas televisões, redes sociais e ambientes familiares e tornando-se cada vez mais violento e ainda acima de tudo isso poderosos no governo que incentivam o que foi dito anteriormente através de propaganda e desmontes educacionais e culturais tornou a experiência assustadora.

Assistir estes filmes demonstrou o caráter atemporal de sua obra que parece ter até o dom da premonição, mas na verdade só denota capacidade de leitura da sociedade brasileira do diretor e como abstrair o mundo ao redor em fábulas fantásticas, ao mesmo tempo que homenageia o cinema nacional também traz muita inovação a filmografia brasileira, que serve de exemplo e inspiração para muitas pessoas, assim como eu, que querem entrar no ramo de produção audiovisual, mais especificamente no filme fantástico.

 


Cinefantasy – O Patalarga

As animações têm o grande poder de nos trazer discussões sobre assuntos sérios e relevantes sempre inovando na sua narrativa e em linguagem. Já vimos isso quando escrevemos sobre La Casa Lobo que faz uma discussão sobre os momentos ditatoriais que vivemos na América Latina, hoje vamos falar de “O Patalarga” que é um longa…


Cinefantasy – Na Pedreira

O gênero do horror é para mim aquele que melhor consegue discutir as questões sociais que vivemos na nossa sociedade. Recentemente vimos em obras como Midsommar (2019) e Homem Invisível (2020) às formas que o gênero consegue discutir questões de relacionamentos abusivos e demonstrar que muitas vezes o horror que mais apavora não é aquele…


Cinefantasy – Tubarões Voadores

Um grupo de pesquisadores e agentes secretos comandados por uma grande agência dos EUA descobrem uma base na Antártida, e do resultado dessa descoberta eles, involuntariamente, libertam uma tropa especial zumbificada do exército nazista que também são “pilotos” de tubarões geneticamente modificados. Portanto eles colocam em risco a segurança do mundo que agora é atacado pelo exército nazista e apenas o bilionário centenário Klaus Richter, suas duas filhas e um grupo ressuscitado de boinas verdes podem salvar o planeta.

Sim, este é um breve resumo do que lhe aguarda quando for assistir Tubarões Voadores do diretor Marc Fehse. Em um primeiro momento essa mistura parece ser uma fórmula sem noção para um desastre, mas que é tão insana que há uma esperança de tornar-se um bom entretenimento auto-irônico, ainda mais para alguém que, como eu, gosta de filmes surtados e que não possuem sentido algum. Infelizmente a diversão não existe, e resta apenas o desastre que já era previsto.

O filme é uma mistura de elementos que já estamos acostumados em grandes filmes do gênero horror, mas que aqui aparecem como um apanhado de referências em uma tentativa frustrada de tentar prender o espectador mais nostálgico. Contamos com aparições de convidados muito especiais do imaginário de quem cresceu assistindo produções B na Tela de Sucessos no SBT, entre eles o ator Tony Todd, o bizarro legista do primeiro Premonição (2000), Mick Garris, diretor da série O Iluminado (1997), Psicose 4: A Revelação (1990), entre outros clássicos, além da atriz Barbara Nedeljakova, que ficou conhecida por seu papel em O Albergue (2005).

 

A presença de rostos conhecidos não é o suficiente para estabelecer alguma conexão sequer com o filme, que é um festival de exageros conduzido por um visual inspirado em quadrinhos, que me lembrou muito dos filmes do diretor Zack Snyder. Entretanto, tal estética só atrapalha pela quantidade de computação gráfica e tela verde que tira todo o impacto da ação e gore que deveriam ser o carro chefe do filme, mas infelizmente é falha. Soma-se isso à um roteiro que não se esforça nem para ser compreensível e uma quantidade enorme de nudez desnecessária que faz parecer que o exército nazista e os boinas verdes não são a única coisa do filme que vieram do passado.

Gosto de pensar que tudo é uma experiência e experiência é aprendizado, e toda obra acerta em alguma coisa, essa também acerta apesar da quantidade de absurdos e péssimas representações. A trilha sonora bem oitentista inspirada em vaporwave e alguns planos que também seguem essa estética são um ponto bem alto, além da cena inicial do ataque ao avião, que me fez ter alguma fé no filme.

Tubarões Voadores não teve efeito algum em mim, entretanto acredito que deva haver algum público para ele, talvez aqueles que gostem ainda mais do que eu desse estilo de cinema extremamente descompromissado e sem noção, e me parece que ele é construído à este nicho que consome produções como Sharknado (2013) e outros filmes do canal Syfy, talvez seja divertido assistindo com amigos também (durante a pandemia isso pode ser feito pelo Discord, Skype e etc., mas fica em casa se puder). Para mim o ponto alto de Tubarões Voadores foi a aparição mais do que especial do ator Cary-Hiroyuki Tagawa, o eterno “Shang Tsung” do clássico Mortal Kombat (1995), que talvez faça mais o meu estilo de filme exagerado e descompromissado.


Neve Campbell está de volta como Sidney Prescott no novo ‘Pânico’

“Depois de nove anos a atriz canadense se junta novamente aos colegas Courteney Cox e David Arquette para mais um capítulo de uma das franquias de terror mais amadas do mundo”

Na tarde desta quinta-feira, dia 10, a atriz Neve Campbell confirmou a notícia que todos os fãs da franquia ‘Pânico’ estavam esperando. Ela vai retornar ao papel que a consagrou, Sidney Prescott, no novo filme ‘Pânico’, da Paramount Pictures, dirigido por Matthew Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett (Ready or Not).

“Oi de novo, Sidney… Voltei!”, escreveu Neve em seu perfil no Instagram.

Depois de nove anos longe de Sidney, a atriz vai reviver a mocinha perseguida eternamente por “Ghostface” e se juntar no set a outros dois queridinhos da franquia, Courteney Cox e David Arquette, que dão vida à jornalista Gale Weathers e ao delegado Dewey Riley, respectivamente. O novo ‘Pânico’ também traz uma nova geração de atores promissores de Hollywood como Jack Quaid (The Boys), Jenna Ortega (You) e Melissa Barrera (Vida), que já estão confirmados no elenco.

“Você gosta de filmes de terror, Sidney? Qual o seu filme de terror favorito?”

A estreia de ‘Pânico’ no Brasil está prevista para 13 de janeiro de 2022.

 


#64- Hitchcock: Os Pássaros

Necronomiconversa
#64- Hitchcock: Os Pássaros
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E no episódio de hoje eu (Euller Felix) e o Matheus Maltempi recebemos o Rodolfo Stancki para conversarmos sobre Os Passaros de Alfred Hitchcock!

Artigo do Rodolfo citado no episódio 

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Artes do episódio por Juliana de Melo 

Edição feita por Euller Felix

 


Cinefantasy – Terminal Praia Grande

Uma das cenas mais relembradas do cinema de horror é a cena do filme “Os Pássaros” de Hitchcock onde Mellanie Daniels (Tippi Hedren) está sentada no colégio e atrás dela vemos os ameaçadores pássaros se juntando em um brinquedo de criança. Não sei se consciente ou inconscientemente a diretora e roteirista de “Terminal Praia Grande”,…


Cinefantasy -O Cemitério das Almas Perdidas

E está oficialmente acontecendo a décimo edição do Cinefantasy que esse ano por conta da pandemia está acontecendo através da plataforma Belas Artes A La Carte. O festival conta com diversos longas e curtas metragens que estão disponíveis na plataforma até o dia 20 de setembro.  O filme que abre o festival é o tão…


1º Prêmio Machado DarkSide de Literatura: último mês de inscrições

Depois de ultrapassar a marca de mais de 1500 projetos inscritos, o Prêmio Machado DarkSide de Literatura, Quadrinhos e Outras Narrativas entra na reta final do período de inscrições, que estão abertas até dia 29 de setembro – dia da morte de Machado de Assis.

Parte das comemorações de 8 anos da DarkSide, primeira editora do Brasil dedicada ao terror, a fantasia e ao suspense, o prêmio vai contemplar com o valor de R$ 100 mil (divididos em cinco categorias em contratos de edição de R$ 20 mil) os melhores textos ou projetos inéditos em língua portuguesa. São cinco categorias: Romance e Contos; Histórias em Quadrinhos; Obras de Não-Ficção; Outras Narrativas; e Desenvolvimento de Projeto.

Rompendo os próprios padrões do mercado de literatura, a categoria Outras Narrativas abarca diversas manifestações artísticas, desde ensaios, poesia e prosa, até jogos, música, reportagens, roteiros, podcasts, exposições virtuais. Já o vencedor de Desenvolvimento de Projeto receberá mentoria do time da DarkSide em três fases até a conclusão do projeto. Os resultados saem em 13 de novembro, última sexta-feira 13 de 2020.

Influenciadores concorrem a Menção Honrosa

Os influenciadores literários também terão a oportunidade de ver seu trabalho reconhecido já que a DarkSide Books e seus parceiros reconhecem a importância dos influenciadores literários como grandes colaboradores da formação da nova geração de leitores. Estes profissionais poderão se inscrever no prêmio que selecionará, na primeira etapa, os 30 perfis mais atuantes. Na sequência, o voto popular vai eleger seus influenciadores favoritos. A votação estará disponível no site oficial do prêmio entre os dias 15 de outubro e 10 de novembro de 2020. Os cinco candidatos mais votados pelo público serão contemplados com um troféu do 1º Prêmio Machado DarkSide e a menção honrosa.

Sobre as categorias

• ROMANCE/CONTOS: romances ou coletâneas de contos inéditos (mínimo de 40 mil palavras no projeto completo).

• QUADRINHOS: projetos inéditos de quadrinhos (mínimo de 60 páginas), até 4 autores.

• NÃO FICÇÃO: biografias, documentos históricos, pesquisas/monografias.

• OUTRAS NARRATIVAS: audiovisual, podcasts, poesia, teatro, música, jogos e todas as formas onde a palavra se manifesta.

• DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS: categoria exclusiva para receber a Mentoria DarkSide em projetos não finalizados.

Sobre as inscrições e resultados

As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas no site do Prêmio (www.premiomachado.com.br) até dia 29 de setembro de 2020. Dúvidas e informações sobre o prêmio também podem ser obtidas no site site da DarkSide Books (www.DarkSidebooks.com.br).

Todas as pessoas maiores de 18 anos residentes no Brasil ou em territórios e comunidades que têm a língua portuguesa como nativa estarão aptas a participar da seleção.  Para ser considerada inédita, a obra concorrente não pode ter mais que 20% de seu conteúdo divulgado anteriormente em qualquer meio, entre eles, sites, blogs e redes sociais do autor ou outras publicações como revistas e coletâneas.

Os vencedores do 1º Prêmio Machado DarkSide de Literatura, Quadrinhos e Outras Narrativas serão anunciados no dia 13 de novembro de 2020, no site oficial da editora (www.DarkSidebooks.com.br) e do Prêmio (www.premiomachado.com.br).

Para conferir todos os detalhes do regulamento, acesse: http://premiomachado.com.br/regulamento/regulamento_premio_machado_DarkSide_ed-2020.pdf

Sobre a DarkSide Books

A DarkSide® Books é a grande casa do terror. Nasceu no Dia das Bruxas, em 2012. Hoje, já mobiliza mais de 1 milhão de leitores nas redes sociais, que colecionam seus títulos — edições sempre caprichadas e em capa dura. A DarkSide® Books se tornou uma referência entre as novas editoras do mercado e mantém uma relação intensa, de admiração e troca, com seus fãs e seguidores, que não deixam de acompanhar, curtir, sugerir títulos e cobrar lançamentos com a Caveirinha. Além da qualidade do design e do acabamento gráfico das edições, esta legião de fãs busca, na DarkSide®, as preciosidades de um catálogo diversificado, que aposta em revelações da literatura mundial, premiadas no exterior (como Andrew Pyper, Caitlín R. Kiernan e Keith Donohue), em ícones do universo do terror e da fantasia (como Robert Bloch, Stephen King e Jim Henson) e em obras-primas que continuavam inéditas no país como Fábrica de Vespas, o premiado livro do autor Iain Banks.


#63 – Hitchcock: Janela Indiscreta

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#63 - Hitchcock: Janela Indiscreta
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E no episódio de hoje eu (Euller Felix) e o Matheus Maltempi recebemos o André Arruda e o Filippo Pitanga para conversarmos sobre essa grande homenagem de Hitchcock ao cinema que é o filme Janela Indiscreta!

 

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Artes do episódio por Juliana de Melo 

Edição feita por Euller Felix