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Fantaspoa anuncia os primeiros 25 filmes de sua 17ª edição

Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre, que acontece entre 9 e 18 de abril, terá 50 longas-metragens exibidos gratuitamente pelo serviço de streaming Darkflix

O Fantaspoa – Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre -, anunciou os primeiros 25 filmes que serão exibidos na 17ª edição do maior evento de cinema do gênero fantástico (fantasia, ficção-científica, horror e thriller) da América Latina. O festival neste ano será de 9 a 18 de abril, apresentando gratuitamente 150 produções, sendo que 50 longas-metragens e 100 curtas-metragens na plataforma de streaming Darkflix. A projeção é que o festival seja acompanhado por um público de 100 mil espectadores.

Dentre estes 25 títulos, três terão sua primeira exibição pública no mundo no festival: os norte-americanos “Este Jogo Se Chama Assassinato”, de Adam Sherman e “Mister Limbo”, de Robert G. Putka; e o iraniano “O Grande Salto”, de Karim Lakzdeh.  Cinco estarão em première internacional, 10 em première latino-america e seis em première brasileira.

“Esta seleção reforça o Fantaspoa como a mais importante janela de exibição da produção fílmica do gênero fantástico da América Latina”, comentam os organizadores João Fleck e Nicolas Tonsho.

Entre os filmes anunciados, estão longas-metragens de 17 países, dentre eles, Argentina, Austrália, Holanda, Hungria, Japão, Rússia e Taiwan. O norte-americano “Frank e Zed”, animação que levou sete anos para ser produzida, será exibida pela primeira vez no Brasil durante o festival.

Também está nesta lista inicial com exibição inédita na América Latina o filme “A Dark, Dark Man”, uma coprodução entre a França e o Cazaquistão, previamente exibida no festival de Roterdã. E será apresentado pela primeira vez no Brasil o longa taiwanês “Get the Hell Out”, que teve sua première no Festival Internacional de Toronto.

Dentre as obras anunciadas, encontram-se filmes que foram exibidos em eventos de cinema de prestígio internacional, como Festival Internacional de Cine de Mar del Plata, Moscow International Film Festival, San Sebastián Film Festival, Sitges Film Festival, SXSW Film Festival, Tallin Black Nights e Warsaw Film Festival.

Ainda segundo os organizadores, “é uma programação inigualável em qualquer festival de cinema fantástico na América Latina, reforçando o caráter curatorial do evento, trazendo uma variedade de países, gêneros cinematográficos e priorizando a qualidade do conteúdo apresentado”.

Além das exibições de filmes, o Fantaspoa neste ano está realizando gratuitamente 14 atividades de formação, que acontecem semanalmente até o dia 8 de abril. Nomes como de Lourenço Mutarelli, ator, professor e escritor; da atriz Luciana Paes, cujo premiado trabalho inclui novelas globais e filmes prestigiados internacionalmente; do ator Silvero Pereira, que eternizou recentemente o personagem Lunga no aclamado longa “Bacurau”; e de Dane Taranha, jornalista e radialista, estão apresentando oficinas temáticas de cinema pelas redes sociais do festival.

O Fantaspoa é financiado com recursos da Lei 14.017/2020, a Lei Aldir Blanc.

Reprodução: Post Mortem

Confira os 25 primeiros filmes anunciados:

Bloodshot Heart, de Parish Malfitano

2020, Thriller/Drama, Austrália

Aos 44 anos, Hans, um tímido instrutor de auto-escola, ainda mora com a sua mãe. Quando a jovem Matilda aluga um quarto em sua casa, ele revive velhas memórias e fica perdidamente apaixonado. Para conseguir conquistar o amor dela, Hans cria um perigoso plano.

 

A Cabelereira, de Jill Gevargizian

The Stylist, 2020, Horror/Drama, EUA

Poucas coisas na vida são mais empolgantes do que um novo penteado. Mas as clientes de Claire nem sempre estão preparadas para o resultado dos seus cortes… Claire leva uma vida dupla como uma meticulosa serial killer; e a crescente obsessão com uma de suas clientes pode despertar o pior dela.

 

Carroña, de Eric Fleitas e Luciana Garraza

2019, Ação/Crime/Horror, Argentina

Em um mundo pós-apocalíptico com regras próprias, Tisha, uma assassina e traficante de órgãos, busca vingança por um crime que marcou sua vida.

 

O Cemitério das Almas Perdidas, de Rodrigo Aragão

2020, Aventura/Horror/Fantasia, Brasil

Corrompido pelo poder do livro negro de Cipriano, um jesuíta e seus seguidores iniciam um reinado de terror no Brasil colonial, até serem amaldiçoados a viver eternamente presos sob os túmulos de um cemitério.

 

Cisto, de Tyler Russell

Cyst, 2020, Horror/Ficção-Científica, EUA

Na década de 1960, um médico de uma pequena cidade inventa um laser para remover anormalidades da pele. Ele faz de tudo para obter a patente de sua máquina, mas sua enfermeira acha que a máquina é perigosa e não está pronta. Sua teimosia faz com que a máquina funcione mal, gerando um cisto monstruoso que cria vida.

 

Dancing Mary, de SABU

2019, Horror/Fantasia, Japão

Kenji faz parte da equipe de construção de um shopping center. Para isso, um antigo salão de dança deve ser destruído, mas os esforços para demolir o prédio são sabotados por um poder misterioso. Nenhum exorcista consegue encontrar a solução, mas a estudante Yukiko, que tem a habilidade de falar com fantasmas, descobre que é o espírito da dançarina Mary que amaldiçoa o local.

 

Danger! Danger!, de Lexie Findarle Trivundza e Nick Trivundza

2020, Ação/Aventura/Ficção-Científica, EUA

É 1985 e o aventureiro Jonathan Danger faz um pouso forçado em uma ilha da costa da África. Ele procura um templo secreto que pode ser sua passagem para voltar no tempo. Mas os soviéticos chegaram primeiro – e também querem mudar o passado. Mesmo sequestrado e com  um pulmão perfurado, Danger não desistirá de seu objetivo.

 

A Dark, Dark Man, de Adilkhan Yerzhanov

2019, Thriller/Drama, Cazaquistão/França

Um menino é morto em uma pequena cidade do Cazaquistão. O detetive Bekzat quer encerrar rapidamente o caso: afinal, um culpado já foi encontrado pela polícia local. Mas, quando chega uma jornalista da cidade grande, tudo desmorona. Agora, Bekzat deve conduzir uma investigação real, seguindo os protocolos, pela primeira vez em sua carreira.

 

Este Jogo Se Chama Assassinato, de Adam Sherman

This Game’s Called Murder, 2021, Thriller/Comédia, EUA

Um conto moderno de humor negro sobre ganância, romance e inocência perdida em uma sociedade alienada e devotada ao consumo e à exposição nas redes sociais.

 

Frank e Zed, de Jesse Blanchard

Frank & Zed, 2020, Animação/Horror, EUA

O zumbi Zed e o cadáver reanimado Frank, são inimigos, mas dependem um do outro para sobreviver e vivem isolados, até que um magistrado faminto por poder engana um grupo de aldeões para atacar seu castelo solitário, cumprindo uma antiga profecia: A Orgia do Sangue.

 

O Grande Salto, de Karim Lakzadeh

Shirjeh-ye Bozorg, 2021, Fantasia, Irã

Mard e Maryam embarcam em uma viagem cheia de aventuras para encontrar uma criança perdida junto com três integrantes remanescentes de uma trupe circense.

 

Get the Hell Out, de I-Fang Wang

2020, Comédia/Horror, Taiwan

Wang é um frustrado segurança do parlamento de Taiwan. Um incidente leva à demissão da legisladora Hsiung, que pede a Wang para substituí-la no próximo mandato, propondo atuar como sua assistente. Assim, o atrapalhado Wang se torna o novo membro do legislativo – e terá que enfrentar a corrupção, além de um apocalipse zumbi.

 

Hawk e Rev: Matadores de Vampiros, de Ryan Barton-Grimley

Hawk and Rev: Vampire Slayers, 2020, Comédia/Horror, EUA

Philip “Hawk” Hawkins não sonha apenas em matar vampiros – ele come, dorme, e respira desejando isso. Depois de ser expulso do Exército por esfaquear outro soldado, Hawk fica entediado de trabalhar como segurança noturno em sua cidade natal, Santa Muerte, e decide, junto com seu parceiro Rev, ir atrás dos sanguinários vampiros.

 

História do Oculto, de Cristian Ponce

Historia de lo Oculto, 2020, Horror, Argentina

Na última transmissão de “60 Minutos Antes da Meia-Noite”, o programa jornalístico mais assistido da televisão, a estrela da noite é Adrián Marcato, que se prepara para desvendar os laços do presidente com o satanismo.

Kontora, de Ansul Chauhan

2019, Drama/Mistério/Fantasia, Japão

Guiada pelo diário escrito por seu avô durante a Segunda Guerra Mundial, a jovem Sora procura por um tesouro na floresta de sua cidade natal. Enquanto isso, um misterioso morador de rua mudo que caminha de costas poderá ser o catalisador para recompor o relacionamento abalado de Sora com o seu pai.

 

Marionete, de Elbert van Strien

Marionette, 2020, Mistério/Thriller, Holanda/Luxemburgo/Reino Unido

A psiquiatra infantil Marianne se muda para a Escócia a fim de começar uma nova vida. Um de seus novos pacientes é Manny, uma criança calada e enigmática de dez anos que faz desenhos de eventos traumáticos e diz controlar o futuro. Quando os desenhos obscuros se tornam realidade, Marianne inicia uma busca obsessiva que mudará sua vida para sempre.

 

Mate Enterre Ganhe, de Michael Lovan

Murder Bury Win, 2020, Comédia/Crime/Horror, EUA

Três amigos criam um jogo de tabuleiro, porém se frustram quando a campanha de crowdfunding para lançá-lo comercialmente fracassa. Um misterioso homem propõe distribuí-lo como seu criador, entretanto uma disputa pelos direitos do produto deixa o trio com um cadáver nas mãos. Eles logo percebem que, estranhamente, o acidente que culminou na fatalidade se parece com sua criação.

 

Mister Limbo, de Robert G. Putka

2021, Drama/Comédia/Fantasia, EUA

Dois estranhos acordam no meio do deserto sem memória de nada – incluindo seus nomes. Eles estão mortos ou apenas estiveram curtindo sem limites? Uma odisseia cinematográfica que fala sobre amizade, arrependimento, cinismo, fé e empatia.

 

Moscou Não Acontece, de Dmitry Fedorov

Moskvy ne byvayet, 2020, Comédia/Thriller/Ficção-Científica, Rússia

Numa pequena cidade russa cheia de segredos, Lesha conhece a bela Masha. Ela mostra fotos deles, das quais ambos não conseguem se lembrar. Lesha descobre também que seu pai desaparecido faleceu faz alguns dias, deixando uma série de bilhetes misteriosos. Enquanto isso, uma gangue local e um misterioso homem de Moscou passam a persegui-los.

 

Noturna – A Noite do Velho Homem, de Gonzalo Calzada

Nocturna – La Noche del Hombre Grande, 2020, Drama/Mistério/Thriller, Argentina

A história de Ulisses, um homem de quase 100 anos e que está à beira da morte. Na última noite de sua vida, mentalmente fragilizado e torturado pelo remorso, ele vivencia algo que o obriga a repensar seu passado, seu presente e sua visão sobre a realidade.

 

Playdurizm, de Gem Deger

2020, Drama/Fantasia/Horror, República Tcheca

Quando um adolescente se vê preso em uma realidade alternativa com seu ídolo do cinema, ele faz tudo em seu alcance para ser possuído por este homem, ignorando as evidentes pistas de como ele foi parar lá.

 

Post Mortem, de Péter Bergendy

2020, Horror/Mistério/Thriller, Hungria

No inverno de 1918, Tomás, um jovem que trabalha com fotografia post-mortem, acaba em uma pequena aldeia húngara. Os estranhos sons noturnos, as mortes misteriosas e as figuras sombrias que aparecem em suas fotos o impelem a ir embora. Mas Tomás retorna à aldeia para investigar as intenções dos fantasmas e encontrar uma maneira de se livrar deles.

 

Querida, Você Não Vai Acreditar, de Yernar Nurgaliyev

Zhanym, Ty Ne Poverish, 2020, Comédia/Horror, Cazaquistão

Após brigar com sua esposa, que está grávida de quase 9 meses, Dastan, incapaz de suportar os constantes xingamentos, decide fugir para passar um dia com seus dois melhores amigos. Os homens planejam ir pescar, mas uma série de acontecimentos imprevistos e incompreensíveis mudarão drasticamente seus planos.

 

Sangue Vurdalak, de Santiago Fernandéz Calvete

2020, Horror/Thriller, Argentina/Singapura

Após matar um vampiro, um homem volta para casa durante a hora mágica, entre o dia e a noite, sem saber se ainda é um homem ou se foi transformado em um monstro. Sua família precisa descobrir antes que seja tarde demais.

O Som da Violência, de Alex Noyer

Sound of Violence, 2021, Horror/Thriller, EUA/Finlândia

Aos 10 anos, em meio ao brutal assassinato de sua família, Alexis recupera sua audição e desenvolve habilidades sinestésicas. Adulta, ela descobre o prazer nos sons de lesões corporais e segue uma carreira na música, compondo sua obra-prima por meio de terríveis assassinatos.

Reprodução: Frank e Zed

Serviço:

O quê: XVII Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre (Fantaspoa)

Quando: de 9 a 18 de abril

Onde: Darkflix

Quanto: gratuito


O sucesso e os números assombrosos da mostra macabro – Horror Brasileiro Contemporâneo

O poder de adaptação do ser humano é impressionante. Por mais adversas que sejam as circunstâncias, as pessoas encontram resiliência para lidar com problemas, se adaptar a mudanças e superar obstáculos. E neste momento, todos estão vivendo algo parecido desde meados de março, quando a quarentena causada pelo Covid-19 teve início. Pessoas e diferentes setores precisaram se adequar à essa nova realidade.

Não foi diferente para o mercado cinematográfico e suas mostras e festivais. Os eventos desse segmento inovaram. Suas edições físicas foram substituídas pela versão online em vários países, inclusive no Brasil, dando oportunidades aos cineastas de divulgarem suas obras e ao público de ter acesso à tais conteúdos de forma segura.

A mostra macaBRo – Horror Brasileiro Contemporâneo seguiu este exemplo. Patrocinada pelo Centro Cultural Banco do Brasil e produzida pela BLG Entretenimento, o evento aconteceu entre os dias 28 de outubro e 23 de novembro (com direito a mais cinco dias extras). De forma totalmente online e gratuita, a mostra fez um passeio sinistro pela produção audiovisual brasileira de horror através da plataforma Darkflix, serviço de streaming focado em filmes de terror, ficção científica, fantasia e suspense. Foram exibidos 44 filmes, entre longas e curtas-metragens da nova geração de diretores e diretoras, assim como de nomes consagrados como José Mojica Marins, o Zé do Caixão.

O público teve acesso às produções de Dennison Ramalho, Gabriela Amaral Almeida, Alice Furtado, Rodrigo Aragão, Marco Dutra, Guto Parente, Clarissa Appelt, Ian Abé, Luciano de Azevedo, Samuel Galli, e muitos outros. Além da exibição dos filmes, a mostra também realizou um curso sobre a trajetória do horror no cinema brasileiro (ministrado por Carlos Primati), palestras, debates e inúmeras Lives com convidados especiais, como os atores Antônio Fagundes, Virginia Cavendish, Luciana Paes, Murilo Benício, Bianca Comparato, Nicolas Prattes e diretores participantes da mostra.

E o resultado do projeto foi positivo. De acordo com os dados da Darkflix, os filmes da programação tiveram cerca de 80 mil visualizações, com um tráfego em torno de 550 mil acessos durante o período da mostra. A disponibilização do conteúdo no formato online teve um alcance expressivo e possibilitou que pessoas de todo o território nacional tivessem acesso às produções exibidas na plataforma.

Segundo a assessoria de imprensa do serviço de streaming, tais parcerias criam a oportunidade de apresentar a plataforma para pessoas que ainda não conhecem o serviço. “Em contrapartida, a Darkflix tem a chance de apoiar, contribuir e participar deste tipo de iniciativa, acreditamos que isso é nossa obrigação, fomentar o cinema e seus realizadores”, completa.

Os longas-metragens ficaram liberados por 24 horas no streaming e foram exibidos duas vezes dentro da programação. Já os curtas estavam disponíveis por até uma semana.

Todas as obras foram assistidas, mas algumas se destacaram. A produção mineira “#ninfabebê”, suspense de Aldo Pedrosa que aborda temas como o exibicionismo, voyeurismo e o uso excessivo das mídias sociais, foi a surpresa da mostra, sendo o filme mais visto. Outros longas também se sobressaíram: “Morto Não Fala”, elogiada obra de Dennison Ramalho com participação de Daniel de Oliveira, Fabiula Nascimento, Bianca Comparato e Marco Ricca; “A Casa de Cecília”, mistério dirigido por Clarissa Appelt; “Terminal Praia Grande” de Mavi Simão; “O Nó do Diabo”, filme produzido pela Vermelho Profundo e exibido em 5 episódios; além de “O Clube dos Canibais”, de Guto Parente, e “O Cemitério das Almas Perdidas” do cineasta Rodrigo Aragão.

 

 

Já os curtas mais assistidos foram, “Amor Só de Mãe”, “Ninjas” e “Nocturno” do homenageado Dennison Ramalho, seguido por “O Saci”, dirigido pelo mestre do terror, José Mojica Marins e “Uma Primavera”, curta de Gabriela Amaral Almeida, também homenageada na mostra.

Segundo Breno Lira Gomes e Carlos Primati, curadores da macaBRo, as expectativas sobre o evento eram positivas. “Pela minha experiência com outros projetos similares, sabia que esse era um nicho forte e bastante presente em eventos, acontece que os resultados finais ficaram bem acima do que eu esperava”, comenta Breno. “Fiquei muito feliz e satisfeito com esse resultado. Junto a isso tivemos mais de 1.400 pessoas que participaram ativamente das nossas atividades no momento que elas aconteceram”, ressalta.

Para Primati, o sucesso do projeto mostra que existe público para o cinema brasileiro “e também há público para os filmes de terror feitos no Brasil, precisávamos de um evento bem organizado, divertido, democrático, amplo e acessível para que as pessoas aderissem e participassem.”

Ambos também concordam sobre o que consideram uma desvantagem no evento online: a falta de interação presencial com o público. “Eu gosto muito do formato online, acho perfeito para a nova realidade, não deste ano em que as pessoas estão sendo obrigadas a ficar em confinamento, mas à realidade da praticidade do streaming e do fácil acesso a conteúdo”, diz Primati. “A desvantagem é não poder encontrar essas pessoas e debater ao vivo esses filmes, conversar sobre cinema em geral. A falta de contato é a grande desvantagem, mas isso em parte foi sanado com alguns participantes da mostra criando grupos de Whatsapp para falar sobre esses filmes e outros eventos online”, conclui.

Breno também acredita que esta é a única desvantagem e ressalta o principal ponto positivo: “poder chegar a lugares que se fosse um evento presencial, a gente não chegaria. O projeto on-line amplia nosso público, proporciona que o fã de terror do interior do país, possa ter acesso a filmes que se não fosse assim, talvez ele não assistiria”.

Sobre o futuro da mostra macaBRo, os curadores confessam que existe o desejo de manter o projeto e realizar edições anuais. “As únicas coisas que temos certeza é que vamos manter a parceria, continuar contemplando a produção de horror no Brasil e que pelo menos parte dela será online, pois se provou um formato bem-sucedido, e a casa da mostra sem dúvida alguma é a DarkFlix”, conta Primati.

“No momento estamos fazendo um balanço, vendo o que funcionou e o que não funcionou tão bem”, lembra Breno que ainda quer formalizar a ideia, decidir como irão prosseguir a partir de agora. “Se depender de nós, em 2021 teremos mais uma mostra macaBRo e mantendo o formato on-line”, adianta o curador.

 

 


macabro – Horror Brasileiro Contemporâneo terá mais cinco dias de filmes de terror na plataforma Darkflix

Mostra promovida pelo Centro Cultural Banco do Brasil reexibe longas e curtas-metragens

mais pedidos pelo público entre 25 e 29 de novembro

Depois de quase um mês dedicado aos filmes de terror brasileiros a mostra macaBRo – Horror Brasileiro Contemporâneo, promovida pelo Centro Cultural Banco do Brasil, vai oferecer uma segunda chance para o público assistir aos filmes. De 25 a 29 de novembro, a mostra reexibe 38 longas e curtas-metragens na plataforma darkflix.com.br/macabro, serviço de streaming do gênero Cinema Fantástico. Nos próximos dias, serão 22 longas e 16 curtas. A primeira fase da mostra aconteceu entre 28 de outubro e 23 de novembro e teve mais de 400 mil acessos à plataforma. Oferecendo um passeio sinistro pela produção audiovisual de terror 100% brasileira, a programação também contou com palestras, lives, cursos, debates e homenagens à cineasta Gabriela Amaral Almeida, ao diretor Dennison Ramalho, à produtora Vermelho Profundo e ao eterno José Mojica Marins, o Zé do Caixão, cujostrabalhos poderão ser conferidos novamente.

Entre os longas-metragens estão na lista “Morto não Fala”, de Dennison Ramalho, “A Noite Amarela”, de Ramon Porto Mota, “A Mata Negra”, de Rodrigo Aragão, “A Casa de Cecília”, de Clarissa Appelt, “Através da Sombra”, de Walter Lima Jr., “As Núpcias de Drácula”, de Matheus Marchetti, “A Capital dos Mortos 2: Mundo Morto”, de Tiago Belotti, “Condado Macabro”, de Marcos deBrito, “#ninfabebê”, de Aldo Pedrosa, “O segredo dos Diamantes”, de Helvécio Ratton, “O Caseiro”, de Julio Santi, “O Clube dos Canibais”, de Guto Parente, “Terra e Luz”, de Renné França, “Quando o Galo Cantar pela Terceira vez Renegarás tua Mãe”, de Aaron Salles Torres, e “Terminal Praia Grande”, de Mavi Simão. Os filmes ficam disponíveis das 18h do dia 25 até 23h59 do dia 29. Já “O Cemitério das Almas Perdidas” de Rodrigo Aragão, pode ser visto das 23h59 do dia 28 até 23h59 do dia 29. Encerrando a programação dos longas, “A Sombra do Pai”, de Gabriela Amaral Almeida, “O Segredo de Davi”, de Diego Freitas, e “O Diabo Mora Aqui”, de Rodrigo Gasparini e Dante Vescio, podem ser conferidos das 13h do dia 29 até 23h59 do dia 30.

Já os curtas-metragens ficam disponíveis a partir das 18h do dia 25 até 23h59 do dia 29. São eles “Estátua!”, “Uma Primavera” e “A Mão que Afaga”, de Gabriela Amaral Almeida. “Amor só de mãe”, “Nocturnu” e “Ninjas”, de Dennison Ramalho. “Cova Aberta”, “Mais Denso que o Sangue” e “Não tão Longe”, de Ian Abé. “O Desejo do Morto”, de Ramon Porto Mota, “O Hóspede”, de Anacã Agra e Ramon Porto Mota, e “Os Mortos”, de Jhésus Tribuzi. Além de “O Saci”, de José Mojica Marins, “A lasanha assassina”, de Ale McHado, animação com dublagem de Zé do Caixão, “Tirarei as medidas do seu caixão”, de Diego Camelo, filme em tributo a Mojica Marins, e “Coração das Trevas” (“Coffin Joe’s Heart Of Darkness”), de Marcelo Colaiacovo, Nilson Primitivoe José Mojica Marins, filme experimental com material inédito filmado por Zé do Caixão.

Além dos filmes, o público terá uma segunda oportunidade de conferir todos os módulos do curso “Trajetória do horror no cinema brasileiro” ministrado pelo curador Carlos Primati e as palestras “Escrevendo histórias de terror para o cinema” com a cineasta Gabriela Amaral Almeida e “Diretoras e o terror” com a pesquisadora Beatriz Saldanha. Para essas atividades o público pode se inscrever gratuitamente via Sympla.

Como forma de diminuir os riscos apresentados pela covid-19, toda a programação segue online. O projeto é patrocinado pelo Banco do Brasil e tem produção da BLG Entretenimento. Conta com curadoria de Breno Lira Gomes – curador do festival Maranhão na Tela desde 2007 e de diversas mostras, como a recente “Stephen King – O medo é seu melhor companheiro” – e Carlos Primati, idealizador da mostra “Horror no cinema brasileiro”. A dupla selecionou curtas e longas  produzidos nos últimos cinco anos, entre 2015 e 2019, com data de lançamento até 2020, que continham forte experimentação visual, histórias horripilantes e marcantes.

Longas-metragens:

 Dia 25 de novembro, a partir das 18h, disponíveis até 23h59 do dia 29

O Nó do Diabo – Episódio 3, de Ian Abé

A Noite Amarela (Acessível: Legenda descritiva e interpretação em Libras), de Ramon Porto

Mota

Os Jovens Baumann (Acessível: Legenda descritiva e interpretação em Libras), de Bruna

Carvalho Almeida

A Mata Negra, de Rodrigo Aragão

A Casa de Cecília, de Clarissa Appelt

Através da Sombra, de Walter Lima Jr.

Canto dos Ossos, de Jorge Polo e Petrus de Bairros

As Núpcias de Drácula, de Matheus Marchetti

A Capital dos Mortos 2: Mundo Morto, de Tiago Belotti

Condado Macabro, de Marcos deBrito

Morto não Fala, de Dennison Ramalho

#ninfabebê, de Aldo Pedrosa

O segredo dos Diamantes, de Helvécio Ratton

O Caseiro, de Julio Santi

O Clube dos Canibais, de Guto Parente

Terra e Luz, de Renné França

Quando o Galo Cantar pela Terceira vez Renegarás tua Mãe, de Aaron Salles Torres

Terminal Praia Grande, de Mavi Simão

Dia 28 de novembro, a partir das 23h59, disponível até 23h59 do dia 29

O Cemitério das Almas Perdidas, de Rodrigo Aragão

Dia 29 de novembro, a partir das 13h, disponível até às 23h59 do dia 30

O Segredo de Davi (Acessível: Legenda descritiva), de Diego Freitas, limite de 500 visualizações

A Sombra do Pai, de Gabriela Amaral Almeida, limite de 200 visualizações

O Diabo Mora Aqui, de Rodrigo Gasparini e Dante Vescio, limite de 200 visualizações

 

Curtas-metragens:

 Dia 25 de novembro a partir das 18h, disponíveis até 23h59 do dia 29

O Saci, de José Mojica Marins

A Lasanha Assassina, de Ale McHaddo

Tirarei as Medidas do seu Caixão, de Diego Camelo

Coração das trevas, de Marcelo Colaiacovo, Nilson Primitivo e José Mojica Marins

Estátua!, de Gabriela Amaral Almeida

Uma Primavera, de Gabriela Amaral Almeida

A Mão que Afaga, de Gabriela Amaral Almeida

Amor só de mãe, de Dennison Ramalho

Nocturnu, de Dennison Ramalho

Ninjas, de Dennison Ramalho

Cova Aberta, de Ian Abé

Mais Denso que o Sangue, de Ian Abé

Não tão Longe, de Ian Abé

O Desejo do Morto, de Ramon Porto Mota

O Hóspede, de Anacã Agra e Ramon Porto Mota

Os Mortos, de Jhésus Tribuzi

Curso

“Trajetória do horror no cinema brasileiro” com o curador Carlos Primati

Módulo 1: Os primórdios do horror brasileiro (melodramas góticos, comédias de fantasmas e filmes de selva)

Módulo 2: José Mojica Marins e seu legado

Módulo 3: Horror anos 80

Módulo 4: O horror no cinema brasileiro contemporâneo

Palestras

“Escrevendo histórias de terror para o cinema” com a cineasta Gabriela Amaral Almeida

“Diretoras e o terror” com a pesquisadora e crítica de cinema Beatriz Saldanha

Serviço:

Mostra macaBRo – Horror Brasileiro Contemporâneo (Segunda Chance)

Realização: Centro Cultural Banco do Brasil

Curadoria: Breno Lira Gomes e Carlos Primati

Data: 25 a 29 de novembro.

As exibições serão gratuitas e online na plataforma: darkflix.com.br/macabro

Curso e palestras com inscrições via Sympla

 

 

 


#66 – O Cemitério das Almas Perdidas

Necronomiconversa
#66 - O Cemitério das Almas Perdidas
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E no episódio de hoje eu (Euller Felix) e o Matheus Maltempi recebemos o Marcelo Miranda para conversarmos sobre a mais nova obra de Rodrigo Aragão o filme O CEMITÉRIO DAS ALMAS PERDIDAS!

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Artes do episódio por Juliana de Melo 

Edição feita por Euller Felix

Cinefantasy – Retrospectiva Rodrigo Aragão, Parte 3

Continuamos a nossa Retrospectiva da Filmografia de Rodrigo Aragão com os filmes que faltaram ser comentados: Mar Negro, As Fábulas Negras, Mata Negra e O Cemitério das Almas Perdidas.

Em Mar Negro lançado em 2013 é o filme onde vejo Rodrigo Aragão trazendo o caráter de cinema marginal à sua obra como comentei anteriormente, e aqui ele faz um filme bastante crítico. Seguindo com a ideia já trazida em Mangue Negro, após ser mordido por uma “sereia” o pescador Peroa se torna um zumbi começando uma epidemia em sua cidade.

O sub-texto deste filme para mim é um dos fatores mais importantes de sua composição e assistindo-o neste contexto de pandemia, o achei muito atual. Pois, mesmo antes de um apocalipse zumbi se iniciar no local, a cidade em que o filme se passa já estava com diversos problemas, como a própria escassez de peixes no mar que estava prejudicando tanto os pescadores quanto comerciantes locais. Entretanto, diante de todo esse caos e miséria instaurado, toda a atenção dos locais estava na inauguração de um novo cabaré, que seria o estopim da loucura e violência da qual o filme ia seguir na segunda metade. É interessante notar a figura do deputado Ferreira, interpretado por Coffin Souza, que aparece na cidade apenas para checar as garotas do cabaré e reforçar o seu poder de “canetada” para a dona do local Madame Ursula, ou seja, ele estava atrás do pagamento de propinas.

Vejo esse filme com um olhar muito crítico, pois todas as figuras que o compõem, além do próprio contexto narrativo ser, assustadoramente, semelhante ao momento em que passamos. Toda essa metáfora fica ainda mais direta quando Madame Ursula no meio da confusão causada pelos zumbis, estoura com os sobreviventes e desabafa dizendo que teve que “passar por generais, lidar com gente escrota” para conseguir abrir aquele lugar, pois ela queria trazer felicidade, entretenimento para aquele lugar.

Mesmo diante de todos os problemas, diante de miséria e uma epidemia de zumbis, aqueles personagens ainda estavam preocupados com o entretenimento e o que conseguiriam ganhar através daquela situação toda. O retrato, ou melhor, o espelho moderno que este filme representa, mostrando de forma nua e crua personagens não tão distantes da nossa convivência, ainda mais atual pelo contexto que vivemos, transforma esse filme em uma obra atemporal, pois parece que o Brasil de 2013 não era muito diferente do Brasil de 2020 e nada melhor que o cinema e a fantasia, a quem o diretor muito se dedica, para mostrar isso.

Além de toda essa carga crítica e política o longa conta com a adição do livro de Cipriano, item maldito recorrente da obra do diretor, demonstrando que suas obras estão interligadas formando um “Aragãoverso” do horror brasileiro.

Em 2015 nasceu As Fábulas Negras projeto idealizado por Rodrigo Aragão, um longa-metragem que reunia curtas-metragens de grandes nomes do terror brasileiro, sob a temática: Folclore Brasileiro. Os curtas-metragem são (em ordem de exibição): Crônicas do Esgoto dirigido por Rodrigo Aragão, Pampa Feroz dirigido por Petter Baiestorf, O Saci dirigido pelo grande mestre do horror brasileiro José Mojica Marins, Loira do Banheiro dirigido por Joel Caetano e finalizando com Casa de Iara dirigido novamente pelo Rodrigo Aragão. As Fábulas Negras torna-se um registro ainda mais importante e emocionante, pois trata-se de um dos últimos filmes em que José Mojica Marins atua como diretor, e em um filme junto de outros diretores que foram influenciados por ele.

Adaptar o folclore brasileiro permite a abertura de um leque de possibilidades e inovações no cinema fantástico, e esta é a posição que As Fábulas Negras toma, uma antologia muito competente e criativa que explora o substrato de um imaginário popular brasileiro, reunindo grandes mentes que produzem e escrevem horror no país. A antologia também respeita o cânone de Aragão, já que é idealizada por ele, com algumas críticas sociais, fanatismo religioso e com um exagero estético na violência que tornou-se recorrente em sua filmografia.

Inclusive eu escrevi um texto no começo do ano mais completo sobre As Fábulas Negras, com um parágrafo para cada curta-metragem presente no longa, se tiver curiosidade de conhecer um pouco mais do projeto, é só acessar minha crítica: https://necronomiconversa.com/fabulas-negras-2014-uma-uniao-de-grande-diretores-do-cinema-brasileiro/


Em 2018 estreou o último filme da trilogia composta por Mangue Negro e Mar Negro, Mata Negra conta a história da protagonista Clara, interpretada por Carol Aragão, filha de Rodrigo Aragão e atriz recorrente em seus filmes, que encontra o livro de Cipriano e por causa desse achado a morte começa a seguir os passos da personagem e daqueles que a conhecem.

Introduzido em Mar Negro, aqui o livro de Cipriano começa a tomar seu protagonismo em uma fábula que chega a quase ser um conto de fadas macabro. A personagem evoca forças que mal conhece a fim de tentar conseguir algum dinheiro para melhorar de vida, junto com seu pai adotivo. O teor crítico já conhecido em sua obra volta, desta vez tem como alvo o fanatismo religioso e a violência ocorrida em consequência dele. Fiéis perseguem e atacam Clara, após descobrirem que ela estava em posse de um livro e fazendo rituais. O ponto mais sarcástico e que me agrada, é como o diretor ressalta que os “homens de bem” ou que pregam a palavra do Senhor, são mais perigosos do que aqueles julgados por eles, em muitos casos, eles mesmo podem ter seu pacto com o diabo e usam a ignorância e a fé das pessoas contra elas mesmas para alcançar os seus desejos terrenos.

É interessante notar como Rodrigo Aragão evolui durante sua filmografia, pois, Mar Negro possui uma trama bem mais complexa da vista em Mangue Negro por exemplo, além do aprimoramento das técnicas de direção tanto em condução de narrativa quanto na direção de atores. O aspecto auto-irônico e do exagero pelo humor macabro sinto que ficam para trás, sendo substituído por um tom mais sério e angustiante.

Por fim, a grande estréia da décima edição do Cinefantasy O Cemitério das Almas Perdidas é a prova de que cinema é construção e de como Rodrigo Aragão é um grande contribuidor para o cinema fantástico de nosso país. É impressionante que mesmo com um orçamento mais robusto do que seus filmes anteriores, a criatividade ainda é sua principal ferramenta e ele consegue criar um filme épico totalmente brasileiro. Tudo que ele realizou até aqui culmina nesse filme, a crítica aos temas políticos e sociais, a violência exagerada, a criação de criaturas fantásticas e o cuidado com os efeitos especiais e a criação de cenário. Considero este filme uma das grandes conquistas do cinema nacional esse ano e talvez dos últimos anos.

Para saber mais sobre o filme, leia a crítica do Necronomiconversa escrita pelo Euller Félix, que pode ser encontrada no link: https://necronomiconversa.com/o-cemiterio-das-almas-perdidas/.

Portanto, a homenagem do festival Cinefantasy à obra do diretor Rodrigo Aragão nesta edição é mais do que justa, a retrospectiva de sua carreira é imperdível, pois nela vemos a evolução de um cineasta brasileiro que trabalha com poucos recursos mas mesmo assim consegue acessar mundos fantásticos através da criatividade e as ferramentas oferecidas pelo cinema, além de um retrato da realidade social brasileira feito da forma mais crua e horripilante possível, mas extremamente reflexiva e necessária. A cada filme entregue por ele, fica a expectativa para a próxima empreitada no “Aragãoverso” e a pergunta de como vamos ser amedrontados através de uma fantasia, que muitas vezes é pautada em nossa realidade.


Cinefantasy – Retrospectiva Rodrigo Aragão, Parte 2

Rodrigo Aragão tem por tradição em sua filmografia trabalhar com monstros, sendo responsável pela criação do visual das criaturas. Muitos deles são trazidos do folclore brasileiro ou então passam por uma repaginação para se adaptar às narrativas compostas nos ambientes brasileiros como citei na parte 1 desta retrospectiva.

Em 2008 o diretor lançou seu primeiro longa-metragem, intitulado como Mangue Negro o longa conseguiu ter bastante reconhecimento dentre a comunidade de fãs do gênero horror. O primeiro item que salta aos olhos, é o fato de ser um filme brasileiro sobre zumbis, um tema que foi pouco explorado na cinematografia nacional. É interessante ver como ele adiciona esta criatura ao ambiente que dá nome ao filme, o mangue. Os moradores locais começam a ficar doentes após a contaminação do mangue e consequentemente dos peixes e crustáceos que viviam no local e serviam de alimentação. Logo no primeiro filme é possível perceber a preocupação temática em tecer uma crítica, neste caso a exploração insustentável de ecossistemas por grandes empresas e a falta de empatia com a população mais pobre que depende dele para sobreviver.

A narrativa do filme pode parecer um pouco confusa no início por alternar entre diversos personagens, mas logo Luís da Machadinha interpretado por Walderrama dos Santos toma o protagonismo para si, junto de seu interesse amoroso Raquel, interpretada por Kika de Oliveira. O filme chama a atenção pela construção do ambiente que cerca os personagens principais, como as cabanas de madeira e a atenção aos detalhes que referem-se a decoração das casas que refletem os dia a dia daqueles personagens.

Dois personagens que eu particularmente gosto muito são o Agenor dos Santos, interpretado por Markus Konká, um pescador contador de história mas que conhece todo o mangue e a D. Benedita, interpretada por André Lobo, uma benzedeira que faz remédios e conhece as receitas para qualquer enfermidade, além de parecer ser a única do local que sabe a verdade sobre o que está acontecendo, muito por causa de sua vivência. Pessoalmente a D. Benedita ganha ainda mais personalidade por estar sempre oferecendo uma “sopinha de taioba” para os protagonistas.

Os zumbis mostram o esmero de Rodrigo Aragão quanto à criação de universos fantásticos e o amor que o diretor tem pelo que faz, pois, tanto a maquiagem quanto os mecatrônicos são impressionantes, e a obra se destaca por ter sido feita apenas com R$ 65.000,00, denotando como o cinema é um trabalho coletivo e o exercício da criatividade para contar uma história deve ser a principal ferramenta de um diretor.

Falando em arte coletiva grande parte do elenco dos filmes de Aragão, se repetem durante a sua filmografia, não sendo diferente em A Noite do Chupacabras lançado em 2011. O filme trata-se da rivalidade entre duas famílias, que são inimigas por causa de uma disputa de terras, a situação fica mais grave após uma criatura atacar ambas as propriedades e a guerra entre as duas voltar com mais força ainda após uma trégua, desta vez a luta é ainda mais sangrenta, o que torna o Chupacabras ainda mais violento.

É importante ressaltar que este filme possui uma criatura totalmente brasileira, criada a partir de lendas urbanas e contos populares, e o diretor pôde criar do zero sua aparência. O roteiro é um pouco mais complexo que o de seu filme anterior e o escopo maior, com cenas de tiroteio e ação, inspiradas no melhor da mistura entre horror e western.

Este filme é um pouco menos sério que Mangue Negro, trazendo um humor macabro através do exagero na representação da violência e da relação entre personagens. Outro fator importante é sobre a adição de Joel Caetano, que viria a ser o assistente de direção de Rodrigo Aragão em seus próximos filmes, como um dos protagonistas do filme, Douglas da Silva. Também temos a participação especial do diretor Petter Baiestorf, da Canibal Filmes, como Ivan Carvalho, líder da família antagonista do longa. Para finalizar, o roteiro do filme ainda adiciona outra criatura das lendas urbanas, aqui chamado de Velho do Saco, interpretado por Cristian Verardi.

 

Este é o fim da parte 2 da Retrospectiva da Filmografia de Rodrigo Aragão como parte da cobertura da décima edição do Cinefantasy. Venha conferir a terceira e última parte que será lançada na sexta-feira!


Cinefantasy – Retrospectiva Rodrigo Aragão, Parte 1

A décima edição do festival Cinefantasy teve seu início no dia 6 de setembro, e para abrir o festival houve a estréia, no cinema Drive-In do Belas Artes, do filme O Cemitério das Almas Perdidas do diretor Rodrigo Aragão, que também ficou disponível no dia 7 e 13 na plataforma “Petra Belas Artes À La Carte”. A nova edição não somente selecionou o novo filme do diretor como abertura, como também o escolheu como um dos homenageados do ano, tendo disponibilizado uma retrospectiva de sua filmografia no serviço de streaming do Belas Artes, plataforma na qual o festival está sendo realizado.

Rodrigo Aragão é um cineasta capixaba, que, segundo entrevistas cedidas na mini-série televisiva Trash! A Série, iniciou sua carreira pelo amor ao cinema fantástico que assistia quando garoto, querendo reproduzir tais obras e treinando efeitos especiais desde então, com as maquiagens da mãe e o que mais encontrava. Tal amor e comprometimento com o cinema fantástico é evidente em toda a sua filmografia, que teve seu início com curtas-metragem de baixo orçamento e foi reconhecida na estréia de seu primeiro longa-metragem, Mangue Negro, primeira parte do que seria uma trilogia de filmes.

Antes de falar sobre cada um dos filmes, que estará disponível na parte 2, que pude revisitar graças ao festival, acho importante apontar traços de sua direção que estão presentes em toda sua filmografia e que o tornam um diretor com um traço autoral e reconhecível por todos que assistem mais que um de seus filmes.

 

 

Sem exceção, todos os seus filmes contam com uma questão de brasilidade, isso se dá pela escolha da temática, dos monstros abordados, mesmo que alguns deles não façam parte do folclore brasileiro, a forma como eles são representados dão conta de “abrasileirar” criaturas como zumbis, que não são exclusividade do Brasil por exemplo. Há uma atenção muito grande nos detalhes, provavelmente devido à uma preocupação com a recepção do filme nesse sentido de nacionalizar a obra, pois a localização e cenário, a forma como os personagens são retratados, inclusive no seu modo de falar e maneirismos, não nos transportam para outro lugar que não seja o Brasil.

Um outro ponto presente é a interiorização das narrativas, que remetem muito o interior da região Sudeste brasileira, que para mim que sou do interior de São Paulo são muito reconhecíveis, me fazendo lembrar de Festa Junina em diversos momentos de seus filmes. Não é uma novidade trazer costumes brasileiros à um filme de horror, já que Mojica desde  À Meia Noite Levarei Sua Alma introduz tal estética, além da Boca do Lixo e o terrir de Ivan Cardoso que “abrasileirava” o horror internacional através da paródia. A influência destes dois diretores e de outros que já faziam filmes de terror antes de Aragão são claras em sua obra, entretanto, a regionalização de sua obra e a preocupação com esta identidade brasileira se recombina com estas influências gerando um resultado único com uma identidade própria, denotando a mão autoral que o diretor tem ao conduzir suas narrativas.

Rodrigo Aragão não representa o Brasil apenas na temática e narrativa mas também faz isso através da forma fílmica que evoca um resultado que faz uma breve homenagem ao cinema marginal, importante movimento cinematográfico no Brasil da década de 60, do qual Mojica fez parte e outros nomes importantes como Rogério Sganzerla (O Bandido da Luz Vermelha). Tais referências e inspirações expostas no filme são trazidas pelo tom de auto-ironia que o diretor imprime em suas narrativas, auto-ironia essa representada pelo humor que se dá não somente pela homenagem ao filme b de horror, mas também pela crítica política e social ácida que seus filmes trazem.

 

 

A violência expressa pelo gore e os baldes de sangue em cena misturado com as cenas de erotismo e diálogos dotados de gírias e palavrões, demonstram essa rebeldia e crítica do diretor com a política, e com os cânones de um cinema clássico, mesmo que os filmes sigam um padrão de montagem e ferramentas narrativas para conduzir o conteúdo. O caráter auto-irônico e marginal de seus filmes revelam uma consciência crítica e política de luta através da arte, que tornam seus roteiros relevantes para a época em que foram produzidos mas que também são muito atuais. Políticos depravados exploram o povo miserável e causam horrores tanto em 2008 quanto em 2020, o fanatismo religioso ainda é um problema no Brasil nesses doze anos da filmografia de Aragão, patentes militares ainda fazem mau uso de seu poder através da opressão, os problemas ambientais causam consequências catastróficas para as vidas animais e humanas mas ninguém poderoso parece ligar.

Revisitar alguns de seus filmes agora em 2020, durante uma pandemia, com o pantanal em chamas, vendo o fanatismo religioso crescer cada vez mais nas televisões, redes sociais e ambientes familiares e tornando-se cada vez mais violento e ainda acima de tudo isso poderosos no governo que incentivam o que foi dito anteriormente através de propaganda e desmontes educacionais e culturais tornou a experiência assustadora.

Assistir estes filmes demonstrou o caráter atemporal de sua obra que parece ter até o dom da premonição, mas na verdade só denota capacidade de leitura da sociedade brasileira do diretor e como abstrair o mundo ao redor em fábulas fantásticas, ao mesmo tempo que homenageia o cinema nacional também traz muita inovação a filmografia brasileira, que serve de exemplo e inspiração para muitas pessoas, assim como eu, que querem entrar no ramo de produção audiovisual, mais especificamente no filme fantástico.

 


Cinefantasy -O Cemitério das Almas Perdidas

E está oficialmente acontecendo a décimo edição do Cinefantasy que esse ano por conta da pandemia está acontecendo através da plataforma Belas Artes A La Carte. O festival conta com diversos longas e curtas metragens que estão disponíveis na plataforma até o dia 20 de setembro.  O filme que abre o festival é o tão…


10º Cinefantasy começa no dia 06 de setembro com sessão de abertura no Belas Artes Drive-In e vai até o dia 20 no Belas Artes À La Carte

A 10a edição do CINEFANTASY – Festival Internacional de Cinema Fantástico será uma edição histórica. O Festival chega à sua décima edição, mesmo com os problemas causados pela pandemia de COVID 19, com uma seleção de 140 filmes, entre longas e curtas de 30 países e com uma grande novidade em tempos de pandemia: pela primeira vez no Brasil um festival de cinema tem sua abertura num cine drive-in, no caso, a pré-estreia mundial do filme O CEMITÉRIO DAS ALMAS PERDIDAS do diretor capixaba Rodrigo Aragão que acontecerá no Belas Artes Drive-in, dia 6 de setembro, e a partir do dia 7, até 20 de setembro, o Festival continua em uma versão online que será exibida no Belas Artes À La Carte.

O Cinefantasy recebeu, esse ano, a inscrição de 780 títulos, de 58 países e dos cinco continentes. E selecionou filmes como ANIMAIS ANÔNIMOS (Les Animaux Anonymes) de Baptiste Rouveure, que terá sua primeira exibição nas Américas representando a França com o primeiro longa-metragem do premiado diretor. Além disso, conta com première brasileira de 12 longas-metragens e de vários curtas-metragens, muitos inéditos no continente americano.

A edição deste ano tem uma marca muito especial de acordo com a diretora do festival, Monica Trigo, “Em meio à pandemia de COVID19 que mudou o comportamento e a economia do planeta, conseguimos construir um festival colaborativo no sentido de grandes parcerias, sem um único centavo de recursos públicos, mas tecido com muitas mãos generosas e qualificadas. Parceiros brasileiros e internacionais, uma plataforma consolidada e eficiente, o apoio da FANTLATAM – Alianza Latinoamericana de Festivales de Cine Fantastico. Teremos 140 obras e 14 dias de festival.”.

A 10ª edição conta ainda com o apoio do CTAv – Centro Técnico Audiovisual, da Mistika, da Elo Company e da AIC – Academia Internacinal de Cinema.

MOSTRAS COMPETITIVAS

Este ano as mostras competitivas do Cinefantasy estão mais politizadas, mas humanas e ao mesmo tempo sem perder o realismo mágico do gênero fantástico. Apresenta o cinema fantástico mundial com filmes de 30 países das mais diferentes culturas.

Dentre os inscritos foram selecionados 126 títulos, 20 longas-metragens e 106 curtas-metragens, vindos de 30 países. O Brasil está presente em todas as mostras com um total de 03 longas-metragens e 32 curtas-metragens. A Espanha é mais uma vez o segundo país com mais filmes em competição, com um total de 26 filmes e a França aparece com 11 filmes.

No terceiro ano consecutivo da Mostra Mulheres Fantásticas, a presença feminina se amplia: em 2018 foram exibidas 10 produções, em 2019 foram 27 e nessa edição, são 36 obras com mulheres na direção entre longas e curtas-metragens. O Cinefantasy se consolida com um festival fantástico que investe na presença e empoderamento das mulheres e suas narrativas.

Nesse momento de pandemia o Cinefantasy pensou num novo público e promove duas mostras competitivas inéditas: Pequenos Fantásticos, uma sessão para crianças composta por nove curtas-metragens (do Brasil, Argentina, Espanha, Taiwan e Suíça) com filmes falados em português ou sem diálogos. Já a mostra FantasTeen é voltada para o público adolescente e composta por dez filmes (do Brasil, França, Espanha, Estados Unidos, Reino Unido, Holanda, República Tcheca e Taiwan).

O Cinefantasy contempla os melhores longas e curtas-metragens de fantasia, horror e ficção científica. Há categorias exclusivas de estimulo à cineastas brasileiros como a Mostra Brasil Fantástico para curtas nacionais. O título vencedor recebe como premiação da Mistika o serviço de encode DCP de até 15 minutos e do CTAv o empréstimo de uma câmera blackmagic e acessórios por duas semanas ou até 20 horas de mixagem. Este ano a AIC – Academia Internacional de Cinema premia o melhor curta-metragem estudante com uma bolsa integral para o Curso de Trilha Sonora e o melhor curta-metragem amador com uma bolsa integral para o Curso de Assistente de Direção. E todos os filmes de curta-metragem brasileiros, são analisados pelo júri da Elo Company e recebe como premiação a representação comercial no território nacional pelo período de 12 meses em diversas plataformas.

BRASIL NO CINEFANTASY

Os longas-metragens brasileiros são, TERMINAL PRAIA GRANDE, o primeiro longa-metragem da diretora Mavi Simão, exibido na Mostra Novos Rumos no Festival do Rio em 2019, SEU AMOR DE VOLTA (MESMO QUE ELE NÃO QUEIRA), do diretor paraibano Bertrand Lira, documentário vencedor de quatro prêmios do Festival de Vitória e o filme de horror CABRITO, primeiro longa-metragem do diretor mineiro Luciano Azevedo, que exibiu na sétima edição do festival o curta com o mesmo nome.

São 32 curtas-metragens brasileiros das cinco regiões do país presentes em todas as mostras competitivas, exceto na mostra Espanha Fantástica, com produções da Bahia, Brasília, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Maranhão.

LONGAS ESTRANGEIROS

O longa-metragem de fantasia EXÍLIO (Exile) do diretor grego Vassilis Mazomenos que faz sua première nas Américas, têm dois prêmios: melhor filme no Athens Panorama of European Cinema e segundo melhor filme no London Greek Film Festival. O filme conta a história de um homem que tenta sair do seu país e acaba voltando como um estrangeiro. É uma história de um Ulisses moderno. Vassilis Mazomenos também é escritor e produtor, além de membro da Academia Europeia de Cinema e da Academia Grega de Cinema, já dirigiu nove longas-metragens e produziu 40 curtas-metragens.

ANIMAIS ANONIMOS (Les Animaux Anonymes) de Baptiste Rouveure é o representante da França no 10º CINEFANTASY, no seu primeiro longa-metragem o diretor ousa num filme de 64 minutos, sem diálogos e onde os animais caçam os seres humanos. O filme teve uma potente pós-produção para criar a abordagem realística dos animais.

GEORGE HILTON – O MUNDO É DOS AUDAZES (George Hilton – Il Mondo è Degli Audaci) do diretor brasileiro radicado na Itália, Daniel Camargo é uma biografia do ator uruguaio George Hilton, um dos grandes nomes do western spaghetti e giallo. Através de sua vida e carreira, apresenta um panorama do cinema de gênero italiano.

O filme JIM BOTÃO E LUCAS, O MAQUINISTA (Jim Knopfund Lukas der Lokomotivführer) do premiado diretor alemão Dennis Gansel, responsável pelos filmes “A Onda” (2008), e “As Donas da Noite” (2010). Um filme para toda a família, baseado no romance de Michael Ende (História sem Fim) e narra uma aventura épica do órfão Jim Botão, seu melhor amigo e uma maria fumaça em uma viagem fantástica. O filme é inédito no Brasil e o diretor recentemente finalizou a continuação da obra.

LA PATALARGA é o primeiro longa-metragem de animação da diretora argentina Mercedes Moreira, que concorreu ao Prêmio Quirino de Animação Ibero-Americana de 2020, a história é de uma turma de amiguinhos que decide ver se é verdade ou não a existência de um monstro que assombra quem sai da hora da siesta.

REVÉS (Adverse) é o filme de estreia do jovem diretor americano Brian A. Metcalf, que já participou de diversos filmes exercendo funções na equipe de efeitos, em ”Harry Potter e o Cálice de Fogo” e “A Paixão de Cristo”, por exemplo e, como produtor associado no documentário “O Jovem Gandhi”. Seu filme tem no elenco Mickey Rourke (O Lutador), Penelope Ann Miller (O Senhor dos Anéis), Sean Astin (O Artista), Lou Diamond Phillips (La Bamba) e Thomas Ian Nicholas (Walt Antes de Mickey).

FANTÁSTICA DIVERSIDADE

A segunda edição da mostra de curtas-metragens Fantástica Diversidade tem nove obras com destaque para SEU DIA DE SORTE (Tu Dia de Suerte) do diretor Fele Martínez que já filmou com Pedro Almodóvar e POLTER de Álvaro Vicario, o filme que foi o grande vencedor do festival de Sitges em 2019. A sessão ainda tem a animação do diretor brasileiro radicado na Europa, Alexandre Siqueira com PURPLEBOY, obra que venceu o Anima – Brussels Animation Film Festival em 2019, foi exibido no Festival de Annecy e o diretor conta que a inspiração vem do livro “Viagem Solitária”, que retrata João W. Nery, o primeiro homem transexual com operação de redesignação sexual no Brasil.

PREMIÈRE E RETROSPECTIVA RODRIGO ARAGÃO

A sessão de Abertura do Cinefantasy apresenta no dia 07 de setembro às 20h o filme O CEMITÉRIO DAS ALMAS PERDIDAS do diretor Rodrigo Aragão que fará sua estreia mundial no festival. Na edição de aniversário, o Cinefantasy exibe ainda os cincos longas-metragens do diretor, a partir de MANGUE NEGRO (2008) que circulou por mais de 30 festivais no mundo, até o filme A MATA NEGRA (2018). Rodrigo lançou a antologia AS FÁBULAS NEGRAS (2015), último filme dirigido pelo cineasta JOSE MOJICA MARINS com o episódio O SACI.

CURADORIA E JÚRI

O 10º Cinefantasy recebeu a inscrição de 780 filmes de 58 países, em 12 categorias. O curador geral Eduardo Santana convidou 12 renomados profissionais do audiovisual para compor a equipe da curadoria: Alfredo Suppia, Ana Paula Nogueira, Camila Borca, Carlos Nazareno, Celso Duvecchi, Eduardo Santana, Filippo Pitanga, Francisco Gaspar, Kátia Nascimento, Marcelo Carrard, Marciel Consani e Monica Trigo.

O júri é composto por cineastas, pesquisadores, professores, programadores, atores, escritores, cinéfilos e gestores públicos. São 40 profissionais: Ana Paula Alves Ribeiro, Beatriz Saldanha, Carlos Primati, Celso Duvecchi, Celso Sabadin, Danielle Nigromonte, Dilson Neto, Dilvania Santana, Donny Correia, Emanuela Siqueira, Emerson Rodrigues, Gonçalo Junior, Hsu Chien, Ivo Costa, Julia Maria, Kátia Coelho, Kátia Nascimento, Leopoldo Tauffenbach, Lufe Steffen, Mara Ventura, Marcelo Miranda, Marcelo Müller, Marcos DeBrito, Maura Ferreira, Mayra Alarcón, Michelle Henriques, Pablo Ferreira, Paola Marcondes, Patrícia Oliveira, Paula Ferreira, Pedro Venceslau, Raphael Aguinaga, Ronald Perrone, Sabrina Paixão, Samantha Brasil, Tuna Dwek, Valdir Rivaben, Valeria Blanco, Vébis Jr e Washington Freitas, com a responsabilidade de consagrar o melhor filme de cada uma das 12 mostras competitivas.

FANTLATAM – ALIANZA LATINOAMERICANA DE FESTIVALES DE CINE FANTÁSTICO

Pela primeira vez no Brasil, é realizada uma mostra de curtas-metragens da FANTLATAM – Alianza Latinoamericana de Festivales de Cine Fantástico com filmes indicados por nove festivais membros. Uma oportunidade de conhecer os melhores filmes do universo fantástico da América Latina, em uma única sessão. Os filmes selecionados representam a produção argentina, brasileira, chilena, mexicana, panamenha e uruguaia.

A FANTLATAM é uma associação composta pelos mais representativos festivais – da América do Norte à América do Sul. O objetivo da federação é difundir o cinema fantástico latino-americano do continente, num intercâmbio entre os países e cineastas.

Segundo Monica Trigo, diretora do Cinefantasy e presidente da aliança, “A FANTLATAM nasceu para diluir fronteiras e construir pontes, colaborando com a circulação e difusão do audiovisual latino, respeitando as diferenças e reforçando as semelhanças. É muito importante receber a primeira Mostra FANTLATAM aqui no Brasil, sobretudo no atual momento, ela chega para expor a importância da unidade do cinema fantástico..”.

GILDA NOMACCE –A HOMENAGEADA

O CINEFANTASY homenageia a atriz Gilda Nomacce, que tem mais de 100 filmes na carreira, com destaque para “Quando Eu Era Vivo” de Marco Dutra, “Ausência” de Chico Teixeira, “Trabalhar Cansa” e “As Boas Maneiras” da dupla Juliana Rojas e Marco Dutra, “Minha Única Terra é na Lua” de Sergio Silva; os recentes “Todos os Mortos” de Caetano Gotardo e Marco Dutra, Meu Nome é Bagdá da Caru Alves de Souza; os esperados “Casa das Antiguidades” de João Paulo Miranda Maria, “Adeus ao Comandante” de Sérgio Machado e “Obsolência” de João Marcos de Almeida.

A atriz também está presente no 10º Cinefantasy com o curta-metragem “5 ESTRELAS” de Fernando Sanches na mostra competitiva de Horror.

SERVIÇO

10o Cinefantasy – Festival Internacional de Cinema Fantástico

Quando: 07 a 20 de setembro de 2020

Local de Exibição: Belas Artes à La Carte  – www.belasartesalacarte.com.br

Quanto: assinatura da plataforma

Site oficial: http://www.cinefantasy.com.br/

 

Sobre o Belas a La Carte:

Planos de assinatura com acesso a todos os filmes do catálogo em 2 dispositivos simultaneamente.

Valor assinatura mensal: R$ 9,90 | Valor assinatura anual: R$ 108,90

Para se cadastrar acesse: www.belasartesalacarte.com.br e clique em ASSINE.

Ou vá direto para a página de cadastro: https://www.belasartesalacarte.com.br/checkout/subscribe/signup

Aplicativos disponíveis para Android, Android TV, IPhone e Apple TV. Baixe Belas Artes À LA CARTE na Google Play ou AppStore.

 

Belas Artes Drive-In

Onde: Memorial da América Latina – Entrada pela Rua Tagipuru, s/no. – Portão 2

Quando: desde 17 de junho, de terça a domingo

Horários e Classificação indicativa: consulte a programação

Ingressos e combos deverão ser adquiridos antecipadamente através do site do Petra Belas Artes

Valores de Ingresso: R$65,00 para carro com até 4 pessoas

Capacidade para 100 carros por sessão

Mais informações, programação completa e vendas através do site:

https://www.cinebelasartes.com.br/drive-in

 

Confira a vinheta do festival !

 


‘Sessões Terror e Suspense’ e abertura Cinefantasy no Belas Artes Drive-in

A programação do Belas Artes Drive-In prorrogada até setembro continua com as ‘sessões terror e suspense’ com a exibição de “Entrevista com Vampiro” que traz no elenco Tom Cruise, Kirsten Dunst e Brad Pitt será exibido no dia 25 de agosto, às 20h30; “Quadrilha de Sádicos”, do diretor Wes Cravene, no dia 28 de agosto, às 23h00; e “Seven – Os Sete Crimes Capitais, de David Fincher, no dia 29 de agosto, às 23h00.

A abertura do 10o CineFantasy acontecerá dia 06 de setembro, às 21h30, no Belas Artes Drive-in, pela primeira vez no Brasil um festival de cinema tem sua abertura num cine drive-in, no caso, a pré-estreia mundial do filme O CEMITÉRIO DAS ALMAS PERDIDAS do diretor capixaba Rodrigo Aragão; e a partir do dia 7, até 20 de setembro, o Festival continua em uma versão online que será exibida no Belas Artes À La Carte.

Devido ao enorme sucesso da sua programação inaugural, que teve todos os ingressos esgotados em tempo recorde, a sessões do Belas Artes Drive-in acontecem até o mês de setembro.

Além dos filmes de terror, a programação conta com clássicos e cults dos mais variados gêneros: comédia, animação, suspense, ficção científica, infantil, musical…

Programação e ingressos: https://www.cinebelasartes.com.br/drive-in/

Ingressos

Entrevista com o Vampiro: https://bileto.sympla.com.br/event/66181/d/87641/s/456504

Quadrilha de Sádicos: https://bileto.sympla.com.br/event/66186/d/87647/s/456510

Seven – Os Sete Crimes Capitais: https://bileto.sympla.com.br/event/66188/d/87649/s/456512

Abertura Festival Cinefantasy – O Cemitério das Almas Perdidas: https://bileto.sympla.com.br/event/66199/d/87665/s/456594

 

Serviço Belas Artes Drive-In

Onde: Memorial da América Latina – Entrada pela Rua Tagipuru, s/no. – Portão 2

Quando: a partir de 17 de junho, de terça a domingo

Horários e Classificação indicativa: consulte a programação

Ingressos e combos deverão ser adquiridos antecipadamente através do site do Petra Belas Artes

Valores de Ingresso:

R$65,00 para carro com até 4 pessoas

Capacidade para 100 carros por sessão

Mais informações e vendas através do site:

https://www.cinebelasartes.com.br/drive-in/

 

SOBRE O BELAS ARTES DRIVE IN

Uma parceria entre o Petra Belas Artes e o Memorial da América Latina, com apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, o Belas Artes Drive-in estará aberto ao público a partir do dia 17 de junho. Um espaço destinado à exibição de filmes em que o público assistirá à sessão dentro de seu próprio carro, respeitando o isolamento social.

Sob orientação da área da saúde e do Centro de Contingência do Coronavírus, o Belas Artes Drive-In seguirá protocolos rigorosos de saúde, com regras de distanciamento social, higiene, limpeza de ambientes, comunicação e monitoramento. Entre os cuidados obrigatórios, estão a distância mínima de 2 metro entre pessoas e carros em todos os ambientes, máximo de quatro ocupantes no carro, compra via internet e exigência do uso de máscaras.

Durante junho e julho, o Belas Artes Drive-in exibirá 36 filmes divididos em 65 sessões, que acontecerão de terça a domingo. Foram selecionadas produções dos mais diversos gêneros, anos e autores, com o intuito de manter as principais características do tradicional Cine Petra Belas Artes, ou seja, exibir filmes de qualidade para um público plural que ama cinema e que, nesse momento, sente falta dos eventos culturais da cidade de São Paulo.

Para manter o distanciamento, o acesso ao áudio dos filmes será obtido por meio do rádio do carro, sintonizado em 107,5 FM – o método de transmissão é um dos diferenciais do projeto, que antes e depois das sessões terá músicas selecionadas pela Nomade Orquestra nessa mesma sintonia da rádio. A posição dos carros em fila será organizada pela equipe do evento, que posicionará carros maiores, do tipo utilitários, na lateral do espaço, para melhor visibilidade dos demais. Os banheiros disponibilizados durante a exibição terão álcool gel e serão higienizados a cada uso. A equipe será responsável pela organização do espaço para que não haja nenhum tipo de aglomeração.