Mês: <span>dezembro 2020</span>

Os festivais, o ano e o horror

2020 foi um ano bem diferente do que todos nós estávamos esperando. Ninguém imaginava que enfrentaríamos uma pandemia que nos obrigaria a ficar em casa isolados com medo do que está do lado de fora. Mas aconteceu. Está se encerrando um ano onde a palavra “atípico” nunca fez tanto sentido. Pensando no cinema foi um…


#77 – O melhor de 2020

Necronomiconversa
#77 - O melhor de 2020
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E no episódio de hoje eu (Euller Felix) e o Matheus Maltempi recebemos as nossas queridíssimas apoiadoras, Alessadra, Camila e Duda para conversarmos sobre os melhores filmes de terror de 2020.

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Artes do episódio por Juliana de Melo 

Edição feita por Euller Felix

A Mostra Crash desembarca na plataforma Darkflix HOJE!

Mais um evento relevante do cinema fantástico deve acontecer de forma online na Darkflix, serviço de streaming de filmes do gênero fantástico. Trata-se da décima segunda edição CRASH – Mostra Internacional de Cinema Fantástico, apresentada pelo Fundo Estadual de Arte e Cultura do Estado de Goiás com o amparo da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Goiânia.

O evento acontece de forma gratuita entre os dias 9 e 13 de dezembro, os filmes estarão disponíveis na plataforma brasileira de streaming Darkflix. “Essa novidade amplia o alcance da CRASH a todo território nacional, o que constitui, em certa medida, um ganho efetivo para o festival”, comenta a produtora Márcia Deretti, que ao lado de Márcio Júnior, comanda a MMarte Produções, realizadora do projeto.

Nesta edição, a CRASH irá eleger os melhores filmes em três categorias: Curta-metragem nacional, Curta-metragem estrangeiro e Longa-metragem. Os filmes serão escolhidos por um júri formado por três convidados: os especialistas Yasmine Evaristo, Marcelo Miranda e Renné França.

Ao todo, serão exibidas 100 obras: 80 curtas e 05 longas de todas as partes do mundo que participam da mostra competitiva, além de outros 15 filmes das mostras paralelas. A mostra contou com a curadoria de especialistas em cinema de gênero, como Carlos Primati e Beatriz Saldanha; o cineasta udigrudi (cinema experimental/marginal), Gurcius Gwedner; o crítico de cinema André LDC; e os próprios idealizadores da CRASH, Márcia Deretti e Márcio Júnior. Confira toda a programação aqui. https://www.mostratrash.com/filmes-darkflix

A edição também terá a participação de convidados internacionais, o diretor norte-americano Lloyd Kaufman e o ator alemão Udo Kier – duas figuras de peso da história do cinema fantástico.

Lloyd é um dos grandes mestres do cinema independente mundial, considerado uma lenda viva, está desde os anos 1970 à frente da Troma Entertainement. Nomes como Quentin Tarantino, Guillermo del Toro e Takashi Miike são declaradamente influenciados por Kaufman. Na CRASH, ele participa virtualmente com uma pequena mostra retrospectiva de sua produtora e com sua famosa masterclass: “Do your own damn movie!” (Faça seu próprio filme!).

Já Udo Kier, célebre ator conhecido por seu trabalho intenso no cinema de horror e exploitation, atuou tanto em blockbusters americanos quanto em pérolas do cinema cult. Kier fez mais de 200 filmes com diretores como Dario Argento, Fassbinder, Lars Von Trier e Herzog e Guy Maddin. Recentemente, fez o papel de vilão no filme Bacurau, de Kleber Mendonça Filho, filme vencedor de seis troféus no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro deste ano. A CRASH fará uma live com o ator que falará sobre sua carreira e seus trabalhos no cinema de gênero. As atividades com os convidados internacionais contarão com tradução simultânea para o português e intérprete de libras, garantindo acessibilidade aos deficientes auditivos.

Além das mostras paralelas de Lloyd Kaufman e Udo Kier, que apresentam uma minirretrospectiva do trabalho de ambos, também será exibida a mostra Blaxploitation com sete longas, são eles “Ganja & Hess”, “Blacula, O Vampiro Negro”, “A Fera Deve Morrer”, “Os Gritos de Blácula”, “A Vingança de J.D.”, “A Mansão da Caveira” e “A Vingança dos Mortos”.

Três oficinas serão realizadas por meio de plataforma virtual: Efeitos especiais em maquiagem – módulo 2, comandada pelo expert Rodrigo Aragão, Black is Beautiful: O cinema blaxploitation de horror, ministrada por Carlos Primati e Queops Negronski, e Criação de trilhas sonoras para filmes de terror, com Paulo Beto.

 

 


“Verão Fantasma”- Terror Queer Musical Brasileiro Está no Catarse

O cinema de horror nacional anda rendendo resultados muito interessantes nesses últimos anos, principalmente em relação ao terror queer. Para citar alguns exemplos que de alguma forma abordaram questões lgbt de forma mais explicita nós tivemos As Boas Maneiras, Canto dos Ossos, Mate-me Por Favor e Animal Cordial só para citar os longas. Entre os…


#76 – Um Drink no Inferno

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#76 - Um Drink no Inferno
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E no episódio de hoje eu (Euller Felix) e o Matheus Maltempi recebemos o Queops Negronski e o Julio Cesar para conversarmos sobre UM DRINK NO INFERNO!

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Edição feita por Euller Felix

O sucesso e os números assombrosos da mostra macabro – Horror Brasileiro Contemporâneo

O poder de adaptação do ser humano é impressionante. Por mais adversas que sejam as circunstâncias, as pessoas encontram resiliência para lidar com problemas, se adaptar a mudanças e superar obstáculos. E neste momento, todos estão vivendo algo parecido desde meados de março, quando a quarentena causada pelo Covid-19 teve início. Pessoas e diferentes setores precisaram se adequar à essa nova realidade.

Não foi diferente para o mercado cinematográfico e suas mostras e festivais. Os eventos desse segmento inovaram. Suas edições físicas foram substituídas pela versão online em vários países, inclusive no Brasil, dando oportunidades aos cineastas de divulgarem suas obras e ao público de ter acesso à tais conteúdos de forma segura.

A mostra macaBRo – Horror Brasileiro Contemporâneo seguiu este exemplo. Patrocinada pelo Centro Cultural Banco do Brasil e produzida pela BLG Entretenimento, o evento aconteceu entre os dias 28 de outubro e 23 de novembro (com direito a mais cinco dias extras). De forma totalmente online e gratuita, a mostra fez um passeio sinistro pela produção audiovisual brasileira de horror através da plataforma Darkflix, serviço de streaming focado em filmes de terror, ficção científica, fantasia e suspense. Foram exibidos 44 filmes, entre longas e curtas-metragens da nova geração de diretores e diretoras, assim como de nomes consagrados como José Mojica Marins, o Zé do Caixão.

O público teve acesso às produções de Dennison Ramalho, Gabriela Amaral Almeida, Alice Furtado, Rodrigo Aragão, Marco Dutra, Guto Parente, Clarissa Appelt, Ian Abé, Luciano de Azevedo, Samuel Galli, e muitos outros. Além da exibição dos filmes, a mostra também realizou um curso sobre a trajetória do horror no cinema brasileiro (ministrado por Carlos Primati), palestras, debates e inúmeras Lives com convidados especiais, como os atores Antônio Fagundes, Virginia Cavendish, Luciana Paes, Murilo Benício, Bianca Comparato, Nicolas Prattes e diretores participantes da mostra.

E o resultado do projeto foi positivo. De acordo com os dados da Darkflix, os filmes da programação tiveram cerca de 80 mil visualizações, com um tráfego em torno de 550 mil acessos durante o período da mostra. A disponibilização do conteúdo no formato online teve um alcance expressivo e possibilitou que pessoas de todo o território nacional tivessem acesso às produções exibidas na plataforma.

Segundo a assessoria de imprensa do serviço de streaming, tais parcerias criam a oportunidade de apresentar a plataforma para pessoas que ainda não conhecem o serviço. “Em contrapartida, a Darkflix tem a chance de apoiar, contribuir e participar deste tipo de iniciativa, acreditamos que isso é nossa obrigação, fomentar o cinema e seus realizadores”, completa.

Os longas-metragens ficaram liberados por 24 horas no streaming e foram exibidos duas vezes dentro da programação. Já os curtas estavam disponíveis por até uma semana.

Todas as obras foram assistidas, mas algumas se destacaram. A produção mineira “#ninfabebê”, suspense de Aldo Pedrosa que aborda temas como o exibicionismo, voyeurismo e o uso excessivo das mídias sociais, foi a surpresa da mostra, sendo o filme mais visto. Outros longas também se sobressaíram: “Morto Não Fala”, elogiada obra de Dennison Ramalho com participação de Daniel de Oliveira, Fabiula Nascimento, Bianca Comparato e Marco Ricca; “A Casa de Cecília”, mistério dirigido por Clarissa Appelt; “Terminal Praia Grande” de Mavi Simão; “O Nó do Diabo”, filme produzido pela Vermelho Profundo e exibido em 5 episódios; além de “O Clube dos Canibais”, de Guto Parente, e “O Cemitério das Almas Perdidas” do cineasta Rodrigo Aragão.

 

 

Já os curtas mais assistidos foram, “Amor Só de Mãe”, “Ninjas” e “Nocturno” do homenageado Dennison Ramalho, seguido por “O Saci”, dirigido pelo mestre do terror, José Mojica Marins e “Uma Primavera”, curta de Gabriela Amaral Almeida, também homenageada na mostra.

Segundo Breno Lira Gomes e Carlos Primati, curadores da macaBRo, as expectativas sobre o evento eram positivas. “Pela minha experiência com outros projetos similares, sabia que esse era um nicho forte e bastante presente em eventos, acontece que os resultados finais ficaram bem acima do que eu esperava”, comenta Breno. “Fiquei muito feliz e satisfeito com esse resultado. Junto a isso tivemos mais de 1.400 pessoas que participaram ativamente das nossas atividades no momento que elas aconteceram”, ressalta.

Para Primati, o sucesso do projeto mostra que existe público para o cinema brasileiro “e também há público para os filmes de terror feitos no Brasil, precisávamos de um evento bem organizado, divertido, democrático, amplo e acessível para que as pessoas aderissem e participassem.”

Ambos também concordam sobre o que consideram uma desvantagem no evento online: a falta de interação presencial com o público. “Eu gosto muito do formato online, acho perfeito para a nova realidade, não deste ano em que as pessoas estão sendo obrigadas a ficar em confinamento, mas à realidade da praticidade do streaming e do fácil acesso a conteúdo”, diz Primati. “A desvantagem é não poder encontrar essas pessoas e debater ao vivo esses filmes, conversar sobre cinema em geral. A falta de contato é a grande desvantagem, mas isso em parte foi sanado com alguns participantes da mostra criando grupos de Whatsapp para falar sobre esses filmes e outros eventos online”, conclui.

Breno também acredita que esta é a única desvantagem e ressalta o principal ponto positivo: “poder chegar a lugares que se fosse um evento presencial, a gente não chegaria. O projeto on-line amplia nosso público, proporciona que o fã de terror do interior do país, possa ter acesso a filmes que se não fosse assim, talvez ele não assistiria”.

Sobre o futuro da mostra macaBRo, os curadores confessam que existe o desejo de manter o projeto e realizar edições anuais. “As únicas coisas que temos certeza é que vamos manter a parceria, continuar contemplando a produção de horror no Brasil e que pelo menos parte dela será online, pois se provou um formato bem-sucedido, e a casa da mostra sem dúvida alguma é a DarkFlix”, conta Primati.

“No momento estamos fazendo um balanço, vendo o que funcionou e o que não funcionou tão bem”, lembra Breno que ainda quer formalizar a ideia, decidir como irão prosseguir a partir de agora. “Se depender de nós, em 2021 teremos mais uma mostra macaBRo e mantendo o formato on-line”, adianta o curador.

 

 


“Dossiê de Causos Mal Resolvidos” disponível gratuitamente na Amazon por 3 dias!

O que é “Dossiê de Causos Mal Resolvidos”?

O “Dossiê de Causos Mal Resolvidos” é um livro de quatro contos de horror escritos por quatro escritores de carreira emergente do interior paulista. E prefaciado por um escritor mais experiente do gênero.

O contexto do livro

Atualmente, a ficção especulativa vive um de seus melhores momento no país. É um gênero muito ligado ao público crescente que hoje assiste filmes de super-heróis, séries de fantasia como Game of Thrones e vão na Comic Con brasileira, que hoje é a maior do mundo em número de participantes. Isso se reflete também no mercado editorial. Na lista parcial das 20 obras mais vendidas de 2019, segundo o site Publishnews, sete títulos de ficção especulativa aparecem.

Para termos uma ideia desse crescimento basta olharmos para o exemplo da editora Aleph, especializada no lançamento de clássicos da ficção científica. Ela existe desde 1984, mas só entre 2013 e 2014 cresceu 98%. Paralelamente a esse movimento, a fantasia nacional se destacava com os fenômenos editoriais das séries vampirescas de André Vianco, com “A batalha do Apocalipse”, de Eduardo Spohr e a trilogia “Dragões de Éter”, de Raphael Draccon.

Por outro lado, muito do que é produzido nesse gênero ainda é comandado principalmente pela cultura anglo saxônica e européia, que contém seus elementos próprios e particularidades. Um diferencial, portanto, de se fazer ficção especulativa fora desse eixo é explorar o background cultural e as diversidades regionais próprias a outras culturas.

Sendo assim, decidimos pensar num projeto que considera a geografia e riqueza cultural do interior paulista e de suas tradições como particularidades a serem exploradas, uma vez que todas as nossas histórias se passam no interior paulista e contarão com as experiências e vivências de cada um dos autores nascidos nesta região.

Considerando também que a ficção especulativa tem muito de suas raízes em contos e historietas tais como os clássicos “Histórias Extraordinárias” de Edgar Allan Poe, os livros de contos de H.P. Lovecraft ou as publicações dos contos estranhos da revista pulp “Weird Tales”, o projeto assume também a contação de histórias curtas de ficção especulativa do gênero de terror.  Apropriando-se desde já do linguajar caipira que este projeto se propõe a fazer, elas são chamadas aqui de “causos” e daí surgiu o Dossiê de Causos Mal Resolvidos, com histórias de mistérios sem soluções claras ao final da narrativa e que se passam no interior paulista.

Prêmio Nelson Seixas

O livro foi contemplado com o prêmio Nelson Seixas de Produção Literária 2020, de São José do Rio Preto.

Os escritores e uma breve sinopse de cada “Causo”

Diogo Augusto Gonçalves, de Araraquara, escreve o conto Vírus:

Em um futuro não muito distante, uma senhora deixa relatado em seu diário virtual como a sociedade foi devastada por um surto de fake news;

 

Rafael Augusto Montassier, de Jaboticabal, escreve o conto Vector:

Um homem interiorano descobre que a cor de seu sangue mudou e sua terapeuta acredita que nele pode estar escondida a chave para entender a epidemia que assola a cidade;

 

Lucas Pelegrino Bonalumi, de São José do Rio Preto, escreve o conto Os Despertos:

Depois de um retorno relutante à São José do Rio Preto, um jovem de ambição voraz é recrutado por uma corporação gerida por cultistas;

 

Lucas Oliveira, de São José do Rio Preto, escreve o conto Fome de Morte:

Moradores de rua começam a desaparecer nas ruas do centro da cidade enquanto uma concentração cada vez maior de capivaras se aglomeram nas imediações. Uma capivara é vista andando como se fosse um humano.

 

O prefácio de Oscar Nestarez

O Oscar Nestarez é escritor, pesquisador especialista no gênero de terror e colunista da revista Galileu. Ele faz um grande trabalho de produção e divulgação de expressões da literatura nacional de terror.  Além de ser o autor do prefácio, ele também é o nosso consultor e corrobora para que os autores sejam munidos de referências e base teórica sólida. Nesse sentido, ele fez um acompanhamento individual com cada um dos autores dos contos desde suas idéias iniciais até o texto finalizado, contribuindo para a formação literária de cada um deles, além do intercâmbio artístico e networking entre escritores da capital e do interior.

A novidade para o público é que no dia 25 deste mês, um dia antes do lançamento oficial do livro, o Oscar fará um bate papo sobre literatura de terror totalmente gratuito no canal do youtube “Fantasticursos”, um canal especialista em literatura fantástica que hoje tem mais de 10 mil seguidores. Lá, ele vai explorar um pouco mais as nuances dos contos do Dossiê de Causos Mal Resolvidos.

A capa de Victor Freundt

É uma ilustração do artista Victor Freundt, que virou um grande parceiro deste projeto e tem um trabalho incrível e aterrorizante que casou muito bem com a nossa proposta. Ele criou um desenho original para a nossa capa que os rio pretenses vão entender imediatamente porque remete a um cartão postal e a um símbolo da cidade, só que numa releitura insólita típica ao gênero.

O livro foi produzido durante a pandemia?

A ideia original era fazer um livro físico tradicional, com lançamento em livraria com a presença dos autores, reuniões presenciais e um bate papo em Rio Preto com o Oscar Nestarez, mas por conta da pandemia tudo isso acabou virando virtual e o livro foi 100% produzido com trabalho home office. Dialogando com os novos tempos, fizemos reuniões por chamadas de vídeo, consultorias à distância pelo Google Drive e o livro virou um E-Book com lançamento pela Amazon. Toda a divulgação e comunicação com o público ficou a cargo da nossa página do Instagram “@causosmalresolvidos”, espaço onde o leitor encontrará conteúdos extras, posts sobre o nosso processo criativo e outras curiosidades sobre o livro e sobre o gênero em si.

O livro tem quantas páginas? É dividido por capítulos? Foi publicado por qual editora?

É um livro de contos curtos, terá uma média de 100 páginas divididas entre os 4 contos e o prefácio e será publicado como E-Book pela Amazon.

Lançamento: 26 de novembro na Amazon

Página oficial: https://www.instagram.com/causosmalresolvidos/