Mês: <span>janeiro 2020</span>

Por que se inventou um Pós-horror?

Com o passar dos anos os estilos e gêneros do cinema vão sendo modificados, afinal houve toda uma nova aparelhagem tecnológica. Também os gostos daqueles que consomem os filmes foram se modificando, assim coube à indústria acompanhar aquilo que está mais adequado ao gosto dos telespectadores, visando o que dá mais lucro ou gera mais…


The Hunger e o arquétipo da mulher-monstruosa 

O arquétipo da mulher-monstruosa tem sido trabalhado no cinema de horror desde seus primórdios. Talvez possamos dizer que ele tenha tido seu início com A Noiva de Frankenstein, mas tal figura da mulher como monstro já estava sendo trabalhada em filmes de outros gêneros, apesar de não possuírem a mesma característica óbvia que encontramos nos…


Conexão Cinefantasy – Festival Internacional de Cinema Fantástico

Se você está procurando um programa para fazer em Porto Alegre aqui vai uma dica para você. Entre os dias 06 a 16 de Fevereiro de 2020 acontece a Mostra “Vingança dos Filmes B“. O Cinefantasy em sua chegada à Porto Alegre para compor a Mostra, segundo a diretora do Festival, Mônica Trigo, “é um…


O Babadook e a figura que não enxergamos (ou que não queremos enxergar)

OBS: ZONA LIVRE DE SPOILERS O Babadook é um thriller psicológico de 2014, que mostra a história de Amelia e seu filho Samuel, que começam a ser aterrorizados por um monstro que sai de um livro de histórias. Se formos pesquisar rapidamente, iremos encontrar uma série de críticas e análises principalmente focadas na mãe, no…


Don’t f*** with cats: uma caçada online

Don’t fuck with cats: uma caçada online ( em tradução livre: Não mexa com gatos) é uma minissérie documental de três episódios da Netflix sobre a caçada a um assassino através da internet (sim, o título é bem autoexplicativo). Apesar de ser uma história sobre um crime real, o documentário segue uma narrativa investigativa que inclui…


O Demonologista

  Apenas uma frase ecoou em minha mente ao terminar de ler O Demonologista: “nunca julgue um livro pela capa”. Sim, caros leitores, infelizmente eu caí nesse truque velho e preciso admitir que me arrependi bastante. Existem dois motivos que me levaram a comprar este livro: o primeiro, como mencionei, foi a capa, produzida pela…


As pioneiras do cinema (de terror)

As mulheres trabalham no cinema desde que ele existe, mas como é de praxe na história, elas são sempre apagadas. Vocês já ouviram falar de Alice Guy-Blanché? Nascida em 1873 na França, ela conhecida como a primeira cineasta e roteirista de filmes ficcionais. No IMDb ela tem 449 créditos como diretora, sendo o primeiro A Fada do Repolho, de 1896. Em 1910 ela fundou junto com seu marido e um sócio o Solax Studios. Outra pioneira do cinema foi Lois Weber. Seu filme Suspense, lançado em 1913, como sugere o nome, é um curta que mostra uma mulher sozinha em casa tendo que lidar com um invasor. Eu me considero uma pesquisadora de cinema, estou sempre lendo a respeito, vejo muitos filmes, e mesmo assim só conheci essas mulheres há poucos anos.

Alice Guy-Blanché

Ano passado fiz uma maratona de terror dirigido por mulheres e foi muito difícil encontrar vários filmes. Pensando nisso, resolvi compartilhar aqui alguns que vi e gostei muito, e todos lançados antes dos anos 2000. Felizmente de uns anos para cá as mulheres vêm reconquistando seu espaço na indústria. Digo reconquistar porque as mulheres um dia já foram maioria no cinema, e não apenas as estrelas, mas também trabalhando atrás das câmeras. Recomendo muito o documentário E a Mulher Criou Hollywood.

Maya Deren é uma diretora que amo muito e infelizmente também só conheci tardiamente. Seu filme surrealista Witch’s Cradle é muito bizarro e interessante, muitos o consideram até como terror. E seu outro filme At Land, de 1944, mostra duas mulheres jogando xadrez na praia, cena que conhecemos bem de O Sétimo Selo, de Ingmar Bergman, de 1957.

Ida Lupino é uma das minhas artistas preferidas. Ela dirigiu diversos seriados para a TV, entre eles Além da Imaginação. Estrelou em diversos sucessos de Hollywood e dirigiu filmes ótimo, entre eles O Mundo Odeia-me, nome esquisito que deram aqui no Brasil para The Hitch-Hiker. Neste road movie, dois homens são sequestrados por um perigoso assassino e acompanhamos a aflição deles durante a viagem. Escrevi sobre Ida Lupino em meu blog pessoal em 2016.

Ida Lupino trabalhando em “O Mundo Odeia-me”.

Stephanie Rothman dirigiu sete filmes nos anos 60 e 70, entre eles dois que eu gosto muito: Blood Bath (1966) em parceria com Jack Hill e The Velvet Vampire, de 1971, que hoje é considerado um clássico cult. Após assistir a esse segundo, me dei conta de que ele serviu de grande inspiração para Anna Biller em The Love Witch, que é uma homenagem ao cinema dos anos 70, principalmente a este.

Outro caso de apagamento de mulheres no terror é Messiah of Evil. Esse ótimo filme de 1973 conta com direção e roteiro de Gloria Katz e Willard Huyck, mas o nome dela não foi creditado.

Os anos 80 foram riquíssimos para o terror, inclusive para a produção de filmes dirigidos por mulheres. Meu slasher preferido é Slumber Party Massacre, dirigido por Amy Holden Jones. Ele ganhou duas sequências, também dirigidas por mulheres, mas infelizmente não tão bons. Escrevi sobre eles no Cine Varda. Tenement, da Roberta Findlay, é outro que amo. Ele tem todos os clichês do terror oitentista. Assim como Blood Diner, dirigido por Jackie Kong, mas esse aqui descamba muito mais para a galhofa.

Slumber Party Massacre

Cemitério Maldito de 1989 é um grande clássico e foi dirigido por Mary Lambert. Ela também trabalhou na sequência, e teve uma extensa carreira dirigindo videoclips para artistas como Madonna, Eurythmics e Mötley Crüe.

Os anos 90 foram uma década estranha. Lembro de muita gente dizer que foi Pânico, em 1996, que fez o terror voltar ao sucesso. Concordo, em partes. Muita coisa começou a sair depois dele, inclusive aquele monte de terror adolescente ruim (que eu amo, confesso!), mas eu queria destacar dois que eu adoro: Office Killer e Encaixotando Helena. O primeiro, dirigido por Cindy Sherman, mostra uma mulher que começa a matar todos os seus colegas de trabalho. Esquisitíssimo e sensacional. Já Encaixotando Helena foi dirigido por Jennifer Chambers Lynch, filha dele, o Homem David Lynch. O filme não é bom, é brega, mas eu acho que gosto dele.

Quanto ao Brasil, a produção das mulheres do terror nesta década é enorme. Alguns de meus filmes preferidos são O Animal Cordial (Gabriela Amaral Almeida), As Boas Maneiras (Juliana Rojas) e O Despertar de Lilith (Monica Demes). Nas minhas pesquisas, encontrei pouquíssima coisa de diretoras do gênero antes dos anos 2000. Um deles foi A mulher que põe a pomba no ar, de 1978, que Rosângela Maldonado co-dirigiu com José Mojica Marins. Ela também escreveu o roteiro e atuou nele. Ainda não tive a oportunidade de assistir, mas assim que o fizer volto aqui para contar.

O Despertar de Lilith

Imagem de capa: Ida Lupino

 


A Noite Amarela

Eu sempre comento que as histórias de horror não precisam de uma explicação muito elaborada para os acontecimentos da trama, as coisas só precisam funcionar conforme as regras estabelecidas pelo autor da história. Se eu não me engano li sobre isso na dissertação de mestrado da Gabriela Amaral Almeida sobre o Stephen King que eu…


Novo trailer de “Maria e João: O Conto das Bruxas”

Foi divulgado o trailer de Maria e João: O Conto das Bruxas filme estrelado por Sophia Lilis (de It: A coisa). O longa vai ser uma releitura do conto dos Irmãos Grimm com um destaque maior para o lado mais sombrio e aterrorizante. Confira sinopse e  trailer do filme. Desta vez, as migalhas nos guiarão…


O Rastro da Serpente – Catarse

O Rastro da Serpente, novo livro de Larissa Prado entra em pré-venda no Catarse pela Skript Editora! O Rastro da Serpente  é o segundo livro de Larissa publicado pela Skript, o primeiro livro da premiada autora publicada pela editora foi O Balé das Aves Mortas que pode ser adquirido pela Amazon. O novo livro conta uma história…