2020 foi um ano bem diferente do que todos nós estávamos esperando. Ninguém imaginava que enfrentaríamos uma pandemia que nos obrigaria a ficar em casa isolados com medo do que está do lado de fora. Mas aconteceu. Está se encerrando um ano onde a palavra “atípico” nunca fez tanto sentido. Pensando no cinema foi um ano de adiamentos e um longo período sem que pudéssemos frequentar a nossa tão amada sala de cinema. 

Nós enquanto seres humanos e enquanto vivermos em uma sociedade temos que enfrentar os desafios que estão postos à nossa frente. Olhando em retrospecto para o ano, os festivais de cinema foram os que melhores se adaptaram e tiveram criatividade para que conseguissem manter suas programações. É óbvio que não foi como antes, diversas salas e debates presenciais sobre os filmes. Ainda assim foram eles que proporcionaram as melhores experiências cinematográficas desse ano.

Aqui cabe um momento de parabenização a dois festivais em particular e as respectivas plataformas de streaming que toparam o desafio e encontraram meios de exibir os filmes. O primeiro destaque que faço é para o Cinefantasy, que exibiu um festival de altíssima qualidade e com os melhores filmes nacionais que eu assisti nesse ano na plataforma de streaming Belas Artes A Lá Carte. O outro festival que enfrentou esse desafio de uma maneira belíssima e competente foi o Fantaspoa que exibiu o festival através da plataforma  brasileira especializada em cinema de horror, a Darkflix

Darkflix inclusive merece um destaque a parte, pois além do Fantaspoa exibiu também a Mostra MacaBRa e a CRASH. Além de todo o grande trabalho que vem fazendo, e claro, o excelente acervo de filmes presentes na plataforma. 

As melhores experiências que eu tive com filmes esse ano foram nesses festivais e nessas plataformas. Impossível passar esse ano sem lembrar da exibição de abertura do Cinefantasy com o tão aguardado épico de Rodrigo Aragão  “O Cemitério das Almas Perdidas” que aqui no nosso site foi tão bem visto que gerou uma crítica e um podcast. No Cinefantasy também foi exibido uma das melhores surpresas neste ano, “Terminal Praia Grande” de Mavi Simão que está entre os melhores filmes nacionais que eu vi nos últimos 10 anos. 

O Fantaspoa também teve um grande destaque, o filme “Skull – A Máscara de Anhangá” de Armando Fonseca e Kapel Furman um slasher da melhor qualidade foi exibido por lá e em menos de um dia bateu o limite de 5.000 visualizações.

Vale lembrar também que o Fantaspoa fez uma coletânea de curtas metragens chamado “Antologia da Pandemia” que reflete de diversas maneiras o mundo que vivemos e os problemas que estamos enfrentando. Também mostrou a inovação e a criatividade de muitos cineastas para contar boas histórias com poucos equipamentos.

Também tivemos uma releitura magnífica da obra de Bram Stoker, “As Núpcias de Drácula” de Matheus Marchetti, um filme maravilhoso e mais uma grata surpresa desse ano, foi exibido dentro da plataforma Darkflix durante a Mostra MacaBRa.

 

Estamos chegando ao fim de um ano que foi bem difícil para aqueles que trabalham com cinema e com a cultura em geral, no entanto, foram criadas novas formas de consumir essas produções, novas formas de acompanhar os festivais, novas formas de discutir cinema. É claro que estamos com saudades da sala escura, das cadeiras, da tela e do som e de toda a experiência do cinema, mas mesmo que estivemos afastados durante todo esse ano, o cinema foi maior e continuou mágico.