Um dos mecanismos mais utilizados no cinema de terror é o jumpscare, e isso muitas vezes não agrada todos os fãs do gênero. Sempre que tem uma estreia de algum filme de terror vejo gente reclamando de como esse recurso é utilizado. Muitas vezes as reclamações são acompanhadas de afirmações que o filme em questão não é um filme de terror, mas sim um filme de susto. Mas, afinal, esse recurso é tão ruim assim?
Filmes de terror que usam essa técnica não são raros, mas vamos pegar dois filmes como base para essa discussão. Eles são It – A Coisa e O Homem Invisível. No primeiro filme temos cenas em que ou as coisas estão aparentemente calmas e do nada a pennywise aparece na sua tela, ou sabemos que algo está errado durante uma cena e aquilo vai aumentando até a proporção de que não há outra opção a não ser o susto. Nessa situação a tarefa de quem quer produzir o susto é mais difícil, você está esperando por ele, então os criadores terão que ser mais criativos na utilização do mecanismo para nos assustar. Eu não consigo e nem vejo sentido em dizer que um mecanismo pensado e utilizado dessa maneira seja negativo ou um demérito para um filme.
Pensando em O Homem Invisível, como eu já disse na minha crítica, o filme tem como objetivo te deixar tenso e incomodado durante toda a história. Em alguns momentos ele utiliza de jumpscares para quebrar o ritmo e te dar alguns elementos que serão utilizados em algum momento do filme, usando assim o mecanismo para duas coisas: te assustar (afinal, esse é o objetivo né?) e estabelecer uma regra de comportamento que vai ser utilizada depois no filme. De novo, não consigo dizer que a utilização desse mecanismo nessa situação seja ruim.
É claro que tem filmes que utilizam o jumpscare como forma de disfarçar um roteiro ruim, mas como vimos nem todos os filmes são assim e não podemos desmerecer a importância de um mecanismo do cinema de horror por conta disso.
Particularmente eu adoro um jumpscare bem colocado, adoro a sensação de “estou em perigo” e que no mesmo instante passa para “calma que é só um filme” e sempre fico feliz de ver bem utilizado nos filmes que assisto.