O romance “Drácula” de Bram Stoker já foi adaptado para as telas diversas vezes, em 1922 quando o cinema ainda era mudo foi dirigido por Murnau o filme “Nosferatu” que teve esse nome para que não precisasse pagar pelo uso do romance de Stoker. Em 1931 foi feito o filme de Monstros da Universal “Drácula” dirigido por Tod Browning e Karl Freund.
Francis Ford Coppola também dirigiu uma adaptação da obra em 1992, “Drácula de Bram Stoker” é considerado até hoje um dos clássicos e um dos melhores filmes dá década de 1990.
Há tantas outras adaptações, umas muito boas, outras nem tanto. Na mostra macaBRo que acontece na Darkflix está sendo exibido o filme “As Núpcias de Drácula” do diretor brasileiro Matheus Marchetti que faz uma releitura da obra clássica de Stoker com uma roupagem bem brasileira.
Principalmente nos minutos iniciais do filme a sensação que eu tive era de realmente estar lendo o romance, mesmo sendo uma adaptação bem livre, a forma que Marchetti conduz a história remete imediatamente a obra de Stoker e isso acaba trazendo uma nostalgia para aqueles que em algum momento da sua vida leram o livro que deu origem a tantas e tantas adaptações.
É claro que no filme não poderia faltar a cena clássica do corte do dedo de Jonathan com o Conde Drácula fascinado com o sangue que jorra do corte. Aqui há uma tensão erótica quase pornográfica e que dita um arco bem interessante e muito bem desenvolvido na história. Tensão erótica essa que não só acontece entre o Conde e Jonathan, mas também entre Mina e Lucy.
Algo que também não pode passar batido é a escolha das músicas e a forma em que a trilha sonora funciona no filme. Em determinados momentos é psicodélica e combina quase que paradoxalmente com a cena que estamos vendo, em outros nos deixa imersos nas situações que presenciamos.
“As Núpcias de Drácula” é aquele tipo de adaptação que faz com que a gente queira reler a obra com o novo olhar trazido pelo filme. É uma adaptação que nos instiga a querer saber mais sobre aqueles personagens. É um filme que não pode passar despercebido.